Sobrevida após o diagnóstico de câncer em pacientes vivendo com HIV/AIDS: um estudo de coorte do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Carvalho, Paula Lacorte de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22199
Resumo: A introdução da terapia antirretroviral em meados da década de 1990 melhorou drasticamente a sobrevida dos pacientes vivendo com HIV/AIDS. No entanto, o câncer continua sendo importante causa de morte. Poucos estudos avaliaram o impacto dos cânceres definidores e não definidores de AIDS na sobrevida dos pacientes no Brasil. O objetivo deste estudo foi avaliar a sobrevida de pacientes vivendo com HIV/AIDS após diagnóstico de câncer nos últimos 35 anos em uma coorte do Rio de Janeiro. Performamos uma análise retrospectiva de dados de pacientes acompanhados em um ambulatório de HIV/AIDS, com diagnóstico de câncer entre janeiro de 1985 e dezembro 2020. A análise estatística para avaliar o impacto sobre a sobrevida exercido por diferentes variáveis foi realizada por meio de curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier e análise multivariada por modelo de Cox. Um total de 197 pacientes foram incluídos neste estudo, dos quais 98 (49.75%) foram a óbito, com mortalidade geral no período de 49,74%, e 16 (8.12%) perderam seguimento. A maioria dos pacientes era constituída por homens (N = 179; 79.70%), a idade mediana foi 40 anos e o tempo mediano de sobrevida foi 5.56 anos. Os cânceres mais diagnosticados foram sarcoma de Kaposi (N = 82; 41.62%), linfomas não Hodgkin (N = 44; 22.34%) e linfomas de Hodgkin (N = 10; 5.08%). O risco de morte foi maior para pacientes diagnosticados com sarcoma de Kaposi (p-valor = 0,01) e as curvas de Kaplan-Meier revelaram diferença estatística para os pacientes com tempo entre o diagnóstico de HIV e câncer de até um ano (p-valor = 0,0029) e para aqueles sem uso prévio de TARV (p-valor = 0,00055). A sobrevida de nossos pacientes foi impactada principalmente por cânceres definidores de AIDS no período estudado, em especial o sarcoma de Kaposi. A falta de dados no Brasil impede comparações a nível nacional, porém o diagnóstico tardio de HIV ainda é uma realidade para grande parte da população brasileira e provavelmente contribuiu para o resultado encontrado em nossa coorte.