Fatores associados ao risco de internação dos indivíduos HIV(+)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Coelho, Alessandra Brum
Orientador(a): Silva, Cosme Marcelo Furtado Passos da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36472
Resumo: Introdução: A política de prevenção e os avanços no tratamento dos indivíduos infectados pelo HIV contribuíram para uma desaceleração da transmissão e para aumento da sobrevida destes indivíduos, tornando a Aids uma doença mais crônica do que fatal. Conhecer os fatores que levam estes indivíduos a se internarem é importante para o planejamento das ações em saúde e para a prevenção de internações. Objetivos: Avaliar os principais fatores associados ao risco de internar pela primeira vez após 1ª sorologia positiva, por qualquer causa e pelas causas competitivas: doença definidora de Aids, doença não definidora, causas externas ou ainda a ocorrência de óbito sem internação. Método: Os pacientes HIV (+) do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/IPEC), diagnosticados entre 1996 e 2010, foram avaliados até 2011. As funções do tempo decorrido do HIV(+) até a 1ª internação por qualquer causa foram descritas pelo método de Kaplan-Meier com as abordagens clássica (coorte fechada) e processo de contagem (coorte aberta) e até cada causa competitiva usando a função de incidência acumulada. A associação entre o tempo até a 1ª internação por qualquer causa e os fatores foi estimada com os modelos Weibull (coorte fechada) e Cox (coorte aberta e fechada). Na avaliação das internações por eventos competitivos de causa e óbito sem internação foi utilizada a modelagem da subdistribuição do risco. A qualidade e os resíduos dos modelos ajustados foram avaliados. A análise dos dados foi feita com o software R e as bibliotecas survival e mstate. Resultados: Dos 2508 pacientes incluídos no estudo, 928 (37,0%) internaram pelo menos uma vez: 332 (35,8%) por doenças definidoras de AIDS, 592 (63,7%) por doenças não definidoras e quatro (0,4%) por causa externa. No entanto, 64 pacientes (2,6%) foram a óbito sem ter registro de internação prévia, sendo 3 por causa externa. O tempo mediano estimado para internar por qualquer causa pela abordagem clássica foi de 9,5 anos e por processo de contagem 8,6 anos. Na avaliação dos eventos competitivos, as medianas dos tempos não foram alcançadas. O melhor ajuste para internação por qualquer causa foi obtido com o modelo de Cox por processo de contagem, que indicou como fatores de risco: idade avançada, baixa escolaridade, valores de CD4 inicial baixo, não uso de HAART e sorologia (+) para hepatite B. Para o evento competitivo internação por causa definidora de Aids foram identificados os seguintes fatores de risco: valores baixos de CD4 inicial, não uso de HAART, não uso de vacina e uso de profilaxia; e, por causa não definidora de Aids: não uso de HAART e não uso de vacina. Estes dois modelos não apresentaram boas estimativas, pela presença de variáveis tempo-dependente. O modelo ajustado para óbito sem internação apresentou um bom ajuste, e indicou como fator de risco: idade avançada, presença de neoplasias e presença de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Conclusão: A importância do uso de HAART, assim como um acompanhamento regular dos marcadores imunológicos e avaliação de vacinas podem prevenir complicações relacionadas à infecção por HIV evitando ou postergando a ocorrência de internação por causas definidoras e não definidoras de Aids. Novos estudos precisam ser realizados para melhor compreensão da associação encontrada com sorologia (+) para hepatite B nas internações. A associação entre neoplasias e DPOC com maior risco de óbito sem internação pode ser um indicativo de problemas no acesso ao tratamento das comorbidades.