O “Universalismo” em marcha forçada: a política externa do governo Figueiredo (1979-1985)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Álvaro Vicente Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23331
Resumo: O governo João Figueiredo (1979-1985), apesar de vivenciar um período de instabilidade política e econômica – especialmente dado o agravamento da crise da dívida externa –, reforçou uma estratégia de política externa que vinha sendo experimentada desde o governo de Ernesto Geisel (1974-1979): rejeição à ideia de um alinhamento automático aos Estados Unidos, aliada à aproximação com outros países em via de desenvolvimento – especialmente da América do Sul, África, e Oriente Médio. O objetivo desta tese é investigar a motivação para o reforço de tal estratégia, mesmo em meio a um contexto doméstico e internacional com muito menos margem de manobra do que o do governo Geisel. Usando da Teoria dos Papeis, da Análise de Política Externa, nossa hipótese remonta ao papel do chanceler Ramiro Saraiva Guerreiro como um arquiteto do “Universalismo”. Ao conciliar fatores internos (como a necessidade de abrir novos mercados para as exportações brasileiras) e externos (como as expectativas de outros países, especialmente os do chamado Terceiro Mundo), apontamos como o chanceler brasileiro arquitetou um rol de papeis que, segundo ele, seriam condizentes para a realidade e contexto brasileiro na época. Indicamos como o chanceler brasileiro instrumentalizou suas percepções acerca desses feedbacks para justificar a pertinência (e a manutenção) dos papeis de viés universalista em meio a críticas internas, que defendiam uma reaproximação com os EUA. Analisamos diversos arquivos desclassificados, especialmente do Arquivo Saraiva Guerreiro, disponível no Centro de Documentação e Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV), no Rio de Janeiro. Esta tese operacionaliza a Teoria dos Papeis para a Análise da Política Externa Brasileira e realça a importância da consideração da interação dos fatores doméstico e internacional para investigar os motivos por trás da escolha de determinado rumo em política exterior.