Caracterização histológica das margens uretrais em pacientes submetidos a uretroplastia anastomótica bulbar.
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8529 |
Resumo: | A realização meticulosa de uma incisão ou excisão do segmento estenosado e da esponjofibrose associada, proximal ou distal, é crítica para o sucesso da uretroplastia anterior. Entretanto, a normalidade das margens da uretra estenosada é determinada durante o procedimento cirúrgico, baseado apenas no aspecto macroscópico do tecido. Não se encontraram na literatura estudos microscópicos avaliando as margens normais. O objetivo deste trabalho é caracterizar o aspecto histológico das margens aparentemente normais da estenose uretral masculina e o efeito causado pela realização de uma cistostomia supra púbica na microestrutura da extremidade uretral proximal à estenose. Materiais e Método: As amostras foram obtidas de 29 pacientes com média de idade de 40,3 anos, variando de 20 a 65 anos, submetidos à uretroplastia bulbar término-terminal. O segmento estenosado foi removido e foram realizadas biópsias nas extremidades supostamente sadias (proximais e distais). A caracterização estrutural foi realizada pelas seguintes colorações histológicas: Hematoxilina/Eosina, tricrômico de Masson, resorcina-fucsina de Weigert e picrosirius polarizado. Em 15 pacientes (52%) foi realizada uma cistostomia suprapúbica, cerca de um mês antes da uretroplastia,. O grupo controle consistiu de 10 uretras bulbares macroscopicamente normais, obtidas de cadáveres frescos, com média de idade de 24,7 anos (entre 21 e 32 anos). Resultados: A estenose de uretra decorreu da retração cicatricial do tecido fibroso, constituído por uma matriz extracelular (MEC) densa em todos os casos, que ocupou os seios vasculares do corpo esponjoso. A MEC foi constituída, na sua maioria, principalmente por colágeno e fibras elásticas. Em nenhum paciente as margens uretrais eram normais. Todas as extremidades tinham alterações microscópicas agudas e/ou crônicas quando comparadas ao grupo controle. Nas extremidades proximais, o depósito de MEC tinha alta densidade celular em 18 casos (62,1%). Estas células foram predominantemente inflamatórias e fibroblastos. Sua presença se relacionou ao tempo de lesão uretral e à ausência de cistostomia suprapúbica. Além disso, as fibras elásticas tiveram distribuição heterogênea na extremidade proximal. Encontrou-se hiperplasia epitelial em 20 (69%) extremidades proximais da uretra e uretrite aguda com infiltrado inflamatório misto. Com relação à distribuição de colágeno tipo I e III, diferenças marcantes foram encontradas em todos os grupos. Conclusão: As extremidades supostamente normais da uretroplastia término-terminal apresentam alterações estruturais. A derivação urinária suprapúbica pode influenciar a composição da MEC na uretra bulbar proximal. O valor clínico destes achados, entretanto, necessita maiores investigações. Palavras Chave: Uretra, Estenose uretral, Matriz extracelular, Colágeno, Procedimentos cirúrgicos reconstrutores. |