Internações de pessoas idosas no Brasil: iniquidades de gênero, de etnia e na distribuição regional
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22412 |
Resumo: | O processo de saúde e doença é determinado pela maneira que a sociedade organiza os aspectos sanitários de um dado território e em uma época específica. Esta organização está submetida às iniquidades (processo de concentração de poder) de classe, gênero e étnica, resultando na distribuição e acesso desigual à eventos promotores de saúde no território. Com o envelhecimento da população aumentam as necessidades de cuidados de longa duração, principalmente pela Atenção Primária a Saúde, mas em algum momento podem ser necessárias internações hospitalares. Assim, o objetivo desta pesquisa foi investigar as causas de internação hospitalar de pessoas idosas usuárias do Sistema Único de Saúde, analisando-os à luz do referencial teórico da determinação social em saúde. Para o desenvolvimento desta pesquisa, recorreu-se a um desenho ecológico, exploratório, de caráter transversal, utilizando as Autorizações de Internação Hospitalar (AIHs) geradas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre os anos 2008 a 2018, segundo os capítulos de causa da Classificação Internacional de Doenças em sua décima revisão (CID-10). Também foram verificadas as categorias da CID-10 e o perfil de internações de pessoas idosas por Condições Sensíveis a Atenção Primária. Por fim, uma matriz de dados foi elaborada, apontando os pontos críticos evidenciados na interpretação dos dados. Durante os anos 2008 a 2018 foram registradas 127.039.814 internações. Destas, 23,28% ocorreram em pessoas com 60 anos e mais. As principais causas de internação das pessoas com 60 anos ou mais foram: doenças do aparelho circulatório (24,40%); doenças do aparelho respiratório (15,06%); doenças do aparelho digestivo (10,10%); neoplasias (9,69%); algumas doenças infecciosas e parasitárias (7,54%); doenças do aparelho geniturinário (7,26%); lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas (6,90%); e doenças endócrinas e metabólicas (4,53%). As populações com perfil de morbidade hospitalar mais crítico foram a negra (pretos e pardos) e indígenas nas diferentes regiões do país. O perfil de internação encontrado na Região Norte expressa menor investimento (tempo médio de internação e valor médio por internação) e um perfil de adoecimento relacionado a condições sanitárias precárias e baixo acesso a assistência à saúde (doenças infecciosas e parasitárias). Mesmo apresentando especificidades distintas nas causas de internação, o perfil de morbidade hospitalar de pessoas pretas e indígenas requer ações que contemplem as realidades territoriais e qualificação profissional para lidar com a diversidade nas relações de cuidado. |