Associação da relação sódio/potássio urinários com alterações vasculares estruturais e funcionais em pacientes hipertensos não diabéticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cunha, Michelle Rabello da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8654
Resumo: Evidências apontam que a ingestão elevada de sódio (Na) e reduzida de potássio (K) está associada à maior prevalência de hipertensão e alterações estruturais e funcionais da parede vascular. Estudos que visam associar a relação Na/K à hipertensão utilizam a excreção urinária de 24 horas como marcador diário da ingestão desses minerais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a associação entre a relação Na/K urinários e alterações vasculares estruturais e funcionais em hipertensos não diabéticos. Realizou-se um estudo transversal, com pacientes hipertensos de ambos os sexos, entre 40 e 70 anos, em uso de hidroclorotiazida, obrigatoriamente, como um dos anti-hipertensivos. Os pacientes selecionados foram submetidos à avaliação clínica e nutricional, medida oscilométrica da pressão arterial, avaliação bioquímica, coleta da urina de 24 horas, medidas da velocidade da onda de pulso, parâmetros hemodinâmicos centrais e reatividade microvascular cutânea. Os pacientes (n=72) incluídos foram divididos de acordo com o tercil da relação Na/K excretados na urina de 24 horas. Com 24 pacientes em cada grupo, o 1º tercil (T1) foi definido como relação Na/K urinários < 2,69; o 3º tercil (T3) &#8805; 4,39; e o 2º tercil (T2) entre os valores anteriores. A média de idade foi de 58 anos e 61% eram mulheres. Os resultados foram expressos em média±desvio padrão ou mediana (intervalo interquartil). A pressão arterial sistólica (PAS) foi maior no T2 (133±9 vs 140±9 mmHg, p=0,029) e a pressão arterial média em T3 (98±8 vs 104±9 mmHg, p=0,028) quando comparados ao T1. Não foram encontradas diferenças significativas nos parâmetros laboratoriais, com exceção da proteína C-reativa (PCR) que apresentou maiores valores em T3 comparados ao T1 [0,20(0,10-0,34) vs 1,19(0,96-1,42) mg/dl, p<0,001]. Nos parâmetros da urina de 24 horas, a proteinúria [95(82-113) vs 139(94-177) mg/24h, p=0,036] e a relação Na/K (1,89±0,58 vs 5,76±1,26, p<0,001) foram maiores no grupo T3 em comparação ao T1. Valores superiores em T3 também foram observados na pressão sistólica aórtica (PSao) [119(114-130) vs 135(125-147) mmHg, p=0,002], pressão de pulso aórtica (PPao) [42(35-49) vs 46(43-59) mmHg, p=0,042] e velocidade da onda de pulso carótido-femoral (VOP-CF) (9,2±1,6 vs 11,1±1,5 m/s, p<0,001). A relação Na/K urinários apresentou correlações significativas com proteinúria (r=0,27, p=0,023), PSao (r=0,41, p<0,001), PPao (r=0,37, p<0,001), PCR (r=0,77, p<0,001), VOP-CF (r=0,41, p<0,001), amplificação da PP (r= -0,34, p=0,003) e condutância vascular cutânea na hiperemia reativa pós-oclusão (CVC-HRPO) (r= -0,23, p=0,047). Na regressão linear múltipla, foi observada associação independente e significativa da VOP-CF com a relação Na/K urinários, da PSao com a VOP-CF e a PCR, e da CVC-HRPO com a PCR. Em conclusão, a alta relação Na/K urinários em pacientes hipertensos não-diabéticos foi associada com maior grau de inflamação, níveis pressóricos periféricos e centrais mais elevados, e alterações sugestivas de disfunção endotelial e rigidez arterial.