Efeitos agudos da ingestão do nitrato dietético nos parâmetros vasculares e de função endotelial de pacientes hipertensos tratados
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8669 |
Resumo: | Na hipertensão ocorre uma atenuação dos fatores de relaxamento derivados do endotélio como o óxido nítrico (NO). O nitrato (NO3‾) inorgânico proveniente da dieta pode fornecer um substrato fisiológico para redução de nitrito (NO2‾) a NO. Estudos sugerem que NO3‾ inorgânico apresenta efeitos benéficos na saúde cardiovascular. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos agudos da ingestão de NO3‾ dietético na função vascular de pacientes hipertensos. Realizou-se um estudo randomizado em um único bloco, cruzado e controlado com placebo, em pacientes hipertensos de ambos os sexos, entre 40 e 70 anos. Os pacientes (n=37) incluídos foram submetidos à avaliação clínica e nutricional, bioquímica, medida da pressão arterial, parâmetros hemodinâmicos centrais por tonometria de aplanação (SphygmoCor) e oscilometria (Arteriograph), e reatividade microvascular por sistema de laser com contraste de imagem (Pericam). Após os exames foram submetidos à ingestão única alternada de suco de beterraba (NO3‾) ou água mineral (controle), no volume de 500ml. Os exames de rigidez arterial e função vascular foram realizados após 150 minutos da intervenção. A média de idade foi de 59±7 anos e 62% eram mulheres, com média das pressões sistólicas e diastólicas de 142±10/83±9 mmHg. Após a intervenção com suco de beterraba, o NO3‾ (59,7±13,6 vs 169,4±76,9 µmol/L, p<0,001) e NO2‾ (0,099±0,014 vs 0,336±0,159 µmol/L, p<0,001) séricos apresentaram um aumento significativo. No grupo controle, não houve diferenças significativas no NO3‾ (56,4±26,5 vs 65,3±34,9 µmol/L, p=0,063) e NO2‾ (0,100±0,012 vs 0,095±0,018 µmol/L, p=0,162) séricos. No grupo controle, houve um aumento significativo no aumento de pressão (AP) aórtica (19±7 vs 21±9 mmHg, p=0,009) e na pressão arterial sistólica aórtica (PSAo) (137±15 vs 143±14 mmHg, p=0,003), enquanto no grupo beterraba houve atenuação deste aumento no AP aórtica (17±9 vs 19±8 mmHg, p=0,278) e na PSAo (132±15 vs 136±16 mmHg, p=0,061). No grupo controle, embora com redução na duração de ejeção (DE) (35±4 vs 34±4 ms, p=0,019), não houve alteração significativa na razão de viabilidade subendocárdica (RVSE) (155±28 vs 160±28, p=0,080), mas no grupo beterraba houve uma redução significativa na DE (37±4 vs 34±4 ms, p<0,001) e um aumento da RVSE (149±25 vs 165±30, p<0,001). No grupo beterraba, houve um aumento significativo no % aumento de perfusão (155 vs 159%, p=0,042), o que não foi observado após a bebida controle (177 vs 148%, p=0,722). No grupo beterraba, a variação da RVSE apresentou uma correlação significativa com a variação da área sob a curva da hiperemia reativa pós-oclusiva (ASC-HRPO) (r=0,45; p=0,012). A variação da DE apresentou uma correlação inversa significativa com o pico de perfusão pós-intervenção (r= -0,37; p=0,031), pico de condutância vascular cutânea (CVC) pós-intervenção (r= -0,37; p=0,031) e ASC-HRPO pós-intervenção (r= -0,36; p=0,046). Em conclusão, a ingestão de suco de beterraba por pacientes hipertensos resultou em atenuação da pressão central e melhora da função endotelial, o que se associou com maior viabilidade subendocárdica e melhor desempenho na contração miocárdica. |