Avaliação da eficácia de uma nova formulação de anfotericina B poliagregada em diferentes esquemas terapêuticos no tratamento da esporotricose experimental causada por <i>Sporothrix brasiliensis</i>
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Biociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16178 |
Resumo: | A esporotricose é uma micose subcutânea, crônica, causada por espécies termo-dimórficas do complexo <i>Sporothrix schenckii</i>. Esta micose apresenta diferentes manifestações clínicas sendo mais comum a forma linfocutânea. Casos graves causados por <i>Sporothrix brasiliensis</i> têm sido descritos recentemente, exigindo um tratamento prolongado com antifúngicos de alta toxicidade como a anfotericina B-desoxicolato ou suas versões menos tóxicas, mas de alto custo. Neste trabalho visamos testar <i>in vitro</i> e <i>in vivo</i> a eficácia de uma nova formulação intravenosa de anfotericina B poliagregada (P-AmB) e testar <i>in vivo</i> sua versão semi-sólida (AmB tópica), comparando-a com o itraconazol (ITC) e a anfotericina B-desoxicolato (D-AmB). Ensaios de susceptibilidade <i>in vitro</i> com <i>S. brasiliensis</i> mostraram que esta espécie é suscetível aos antifúngicos testados. Para os testes de eficácia <i>in vivo</i> foram estabelecidos um modelo de esporotricose disseminada e outro de esporotricose subcutânea, causados por <i>S. brasiliensis</i>. No modelo de esporotricose disseminada camundongos BALB/c foram inoculados intravenosamente com leveduras de <i>S. brasiliensis</i> e, 72 h pós-infecção, tratados sob diferentes regimes terapêuticos: i) uma monoterapia de ITC, D-AmB ou P-AmB; ii) uma combinação terapêutica entre D-AmB e ITC ou P-AmB e ITC; iii) um regime de pulso com D-AmB ou P-AmB. A sobrevivência (n= nove) e a carga fúngica em órgãos internos (n= três, no mínimo) foram avaliadas, sendo observado que o regime de pulso com D-AmB ou P-AmB foi o mais efetivo em prolongar a sobrevivência dos animais e reduzir a carga fúngica nos órgãos, seguido pela combinação terapêutica, porém o tratamento com D-AmB e ITC foi a combinação mais efetiva. A monoterapia com ITC e P-AmB e D-AmB foram menos eficazes, sendo corroborados pelas análises histopatológicas. Ensaios de toxicidade <i>in vivo</i> com as diferentes drogas revelaram que ITC e D-AmB induziram a uma toxicidade hepática e renal nos animais, respectivamente, mas P-AmB não induziu a nenhuma toxicidade. Nos ensaios de citoxicidade <i>in vitro</i> foi observado que ITC foi a menos citotóxica e hemolítica e a mais seletiva das drogas testadas, seguida por P-AmB, que foi menos citotóxica e mais seletiva que D-AmB. No modelo de esporotricose subcutânea camundongos da mesma linhagem foram inoculados por via subcutânea com conídios de <i>S. schenckii</i> e de <i>S. brasiliensis</i> (n=9/ grupo). Os animais infectados com <i>S. brasiliensis</i> apresentaram regressão das lesões primárias e disseminação. Usando o modelo de esporotricose subcutânea murina causada por <i>S. brasiliensis</i> testamos peliminarmente a formulação tópica de AmB poliagregada, que reduziu a extensão das lesões de animais infectados. Este é o primeiro trabalho a avaliar diferentes regimes de tratamento da esporotricose disseminada murina causada por <i>S. brasiliensis</i> utilizando ITC, D-AmB e uma nova formulação menos tóxica de anfotericina B poliagregada. O estudo revelou que o regime de pulso foi o mais eficaz para as formulações intravenosas de AmB. Nosso estudo também estabeleceu pioneiramente um modelo de esporotricose subcutânea induzido por <i>S. brasiliensis</i>, que se revelou uma ferramenta útil para comparar a virulência das espécies do complexo <i>S. schenckii</i> e para testar a eficácia de antifúngicos contra essas novas espécies. |