As vozes negadas do feminino: uma análise discursiva em cartas de aconselhamento.
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6906 |
Resumo: | As revistas femininas constituem uma instância discursiva que exerce forte influência na vida da mulher (Reyes, 2003). Estas revistas retratam, de certa forma, o papel que a mulher desempenha na sociedade e, ao mesmo tempo, ajudam a moldá-lo . O presente trabalho se insere numa pesquisa que tem como objetivo investigar de que maneira a imagem da mulher tem sido (re)construída no campo do discurso midiático. Nosso trabalho se centra no gênero cartas de aconselhamento da revista CLAUDIA e visa a apreender imagens de enunciadores que atravessam os discursos das publicações das quatro últimas décadas. Como fundamentação teórica, recorremos às propostas da Análise do Discurso de base enunciativa, articulando os conceitos de dialogismo, polifonia e gêneros de Bakhtin (1979) com a noção de negação polêmica, de Ducrot (1987). A análise que conduzimos, considerando a noção de discurso como prática de linguagem socialmente constituída (Bakhtin,1979), traça um certo perfil genérico das cartas de aconselhamento e identifica enunciadores através do não de caráter polêmico. As análises apontaram cinco grandes perfis de enunciadores cujos pontos de vista puderam ser recuperados através das afirmativas subjacentes aos enunciados negativos. São eles os enunciadores tradicionalista, autônomo, subjugado, impositivo e psicanalisado. Tais enunciadores, aliados a diferentes papéis desempenhados pela mulher, revelaram que o perfil tradicionalista está atrelado à mulher enquanto esposa, apesar de tender a uma postura mais autônoma no relacionamento conjugal. O perfil subjugado se apresenta com maior incidência em relação à mulher nos papéis de mãe, de namorada e à imagem que ela tem de si própria. Já o perfil impositivo perpassa, com algumas nuanças, por quase todos os papéis de mulher, assim como o perfil psicanalisado, que remete à mulher que deseja compreender-se melhor, sejam quais forem suas práticas sociais. Estes resultados nos levaram a refletir sobre um modo de subjetivação relacionado a produção de determinados efeitos de sentido que se depreendem num processo de identificação do feminino. |