Sob a regência do medo: imprensa, poder e rebelião escrava na Corte Imperial, 1835
Ano de defesa: | 2009 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em História |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13158 |
Resumo: | Esse trabalho estuda o medo de levantes escravos através de discursos e políticas públicas publicadas na imprensa do Rio de Janeiro. Seu objetivo é analisar, através do tema do medo, as discussões sobre a escravidão no período regencial do Brasil (1831-1840). A repercussão na imprensa do Rio de Janeiro do levante Malê, ocorrido na Bahia em 1835, gerou uma ambiência de medo e paranóia capaz de legitimar ações violentas e arbitrárias contra toda a população negra. A constatação crassa da capacidade estratégica envolvida na articulação da revolta causou uma fissura no discurso que interditava ao negro a capacidade intelectual. A hipótese principal é de que o grande medo que varreu 1835, determinando medidas jurídicas, políticas e policiais, foi fruto desse fenômeno, cujo efeito será a construção de uma ambiência de medo e paranóia generalizada, que chamaremos de zona de tensão permanente. Essa zona de tensão possibilitou a apropriação do medo por diferentes tendências políticas. O medo produziu efeitos heurísticos, na medida em gerou discursos que buscavam nomear as ameaças à sociedade e apontar medidas cabíveis para saná-las. Além disso, o medo produziu efeitos políticos, na medida em que gerou políticas públicas para desarmar o perigo de levantes na Corte. Em última análise, o discurso que defendia a vinda de colonos europeus tornou-se generalizado. Essa medida, defendida como fórmula para acabar com a escravidão, é entendida como forma de postergar a abolição e garantir a continuidade do lucrativo comércio de escravos. |