Ecologia térmica e uso de abrigos artificiais por um lagarto ameaçado de extinção: estudo de caso de Liolaemus lutzae em uma área de restinga (Arraial do Cabo, RJ)
Ano de defesa: | 2016 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5872 |
Resumo: | A regulação da temperatura corpórea é um dos processos mais importantes na ecologia de lagartos, influenciando processos fisiológicos, morfológicos e comportamentais. Para manterem suas temperaturas dentro de uma faixa adequada, estes organismos obtêm energia a partir de fontes calor do ambiente, como a radiação direta do sol, a temperatura do ar ou a temperatura do substrato. Assim, a estrutura do habitat desempenha um papel importante no processo de termorregulação. O presente estudo teve como objetivo compreender os processos que influenciam a termorregulação do lagarto ameaçado de extinção Liolaemus lutzae. Através do estudo da ecologia térmica da população da restinga da Praia Grande, Arraial do Cabo, Rio de Janeiro, buscamos entender como a espécie utiliza os diferentes micro-habitats disponíveis em seu ambiente e avaliar em que medida este uso pode estar sendo influenciado pelas características térmicas destes micro-habitats. A temperatura corpórea média em atividade da população foi de 31,3°C. As temperaturas ambientais (substrato e ar) influenciaram a temperatura corpórea da espécie em ambas as estações. Não encontramos diferenças significativas entre as temperaturas corpóreas médias de fêmeas, machos ou jovens na estação chuvosa e, na estação seca as diferenças encontradas foram consideradas negligenciáveis. A espécie utiliza como abrigo diferentes tipos de materiais de origem antrópica presentes em seu habitat. Os micro-habitats mais frequentemente utilizados tanto na estação chuvosa quanto na seca foram vegetação, plástico e madeira, sendo que adultos utilizaram predominantemente plástico, enquanto jovens utilizaram mais vegetação. Modelos, que simulavam o corpo de um lagarto, colocados nos diferentes tipos de materiais utilizados por L. lutzae para se abrigar, registraram temperaturas diferentes tanto na estação seca quanto na chuvosa, exceto no caso de madeira e cerâmica, já que as temperaturas dos modelos sob estes variaram de forma muito semelhante. Durante a estação chuvosa, a frequência de utilização da vegetação se manteve alta, mesmo nos horários mais quentes do dia, quando os modelos neste micro-habitat atingiram temperaturas acima da faixa de temperatura preferida para a espécie (entre 32,8°C 36,8°C), enquanto aqueles sob madeira e plástico registram temperaturas mais próximas desta faixa. A temperatura corpórea média dos indivíduos sob madeira e plástico oscilou mais ao longo do dia do que a dos indivíduos encontrados na vegetação, mas, de forma geral, permaneceu dentro da faixa ótima no horário de pico da atividade dos lagartos. Liolaemus lutzae consta atualmente como espécie ameaçada de extinção das listas do Estado (Rio de Janeiro), do País (Brasil) e Mundial (IUCN), e tem sua distribuição restrita a um dos ambientes mais frágeis e vulneráveis do país. Assim, estudos dados sobre suas necessidades térmicas e do seu ambiente térmico provêm importantes subsídios para a conservação da espécie e do seu habitat (Restinga), e permite melhor compreensão sobre os efeitos do clima sobre a espécie e estes ambientes costeiros |