A aquisição de relativas de objeto no português brasileiro e efeitos de intervenção: avaliando o traço de pessoa pronominal
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17093 |
Resumo: | Esta pesquisa trata da aquisição de relativas em português brasileiro. A literatura sobre esse assunto evidencia a existência de uma assimetria entre relativas de sujeito e relativas de objeto. Diversos estudos mostram que, para as crianças, relativas de objeto são mais difíceis de adquirir do que relativas de sujeito (DE VILLIERS et al., 1979; GOODLUCK; TAVAKOLIAN, 1982; HAMBURGER; CRAIN, 1982; CORRÊA, 1995; LABELLE, 1990; GUASTI; CARDINALLETTI, 2003; UTZERI, 2007; BELLETTI; CONTEMORI, 2010; ADANI; SEHM; ZUKOWSKI, 2012; GROLLA; AUGUSTO, 2016; MARTINI et al., 2018, apud AUGUSTO et al., 2019). Grillo (2005, 2008) e Friedmann, Belletti e Rizzi (2009) apontam que a origem dessa dificuldade é a intervenção do sujeito – o sujeito interveniente – entre o DP movido e a lacuna na posição original de objeto, particularmente quando ele compartilha os mesmos traços formais com o DP objeto, o que foi chamado de Minimalidade Generalizada, por Grillo, e de Princípio Estendido da Minimalidade Relativizada, por Friedmann, Belletti e Rizzi, em referência ao Princípio de Minimalidade Relativizada (Rizzi, 1990). Friedmann, Belletti e Rizzi observaram que quando o elemento interveniente não apresentava uma restrição lexical (um traço +N), como, por exemplo, um pronome nulo de terceira pessoa do plural (que apresenta traço pronominal: +PRO), a relativa de objeto se torna mais fácil para as crianças. Assim, eles concluíram que as relativas de objeto que causavam dificuldades às crianças eram aquelas cujo objeto movido, que apresenta uma restrição lexical, cruza um sujeito que também apresenta uma restrição lexical. Com base nesses resultados, foi elaborado um teste de produção eliciada, com crianças entre 4 e 6 anos, contendo quatro condições de análise: (A) relativa de sujeito; (B) relativa de objeto cujo interveniente é um DP com restrição lexical; (C) relativa de objeto cujo interveniente é um pronome pessoal de terceira pessoa; (D) relativa de objeto cujo interveniente é um pronome pessoal dêitico, e um teste de compreensão com três condições relativas à relativa de objeto. Os resultados obtidos indicam que a configuração que tem um pronome dêitico como sujeito é a condição que mais reduz a complexidade da relativa de objeto, sendo a condição mais fácil para as crianças de 6 anos e a segunda condição mais fácil para as crianças de 4 anos, apenas atrás das relativas de sujeito, no caso da produção. No entanto, não foi constatada uma redução de complexidade com a utilização de um pronome pessoal de terceira pessoa como elemento interveniente, indicando que, para além da presença de restrição lexical, o traço de pessoa tem um papel relevante para a redução da complexidade em relativas de objeto. A análise de estruturas alternativas utilizadas pelas crianças na produção eliciada se mostrou também relevante para verificar a redução da complexidade diante da produção de uma relativa de objeto com sujeito interveniente pronominal dêitico, favorecendo uma leitura da dificuldade exibida pela criança como resultante de uma carga de processamento e não exatamente da impossibilidade de formação da estrutura relativa de objeto direto |