“Não sou velho, só tenho mais idade”: envelhecimento, homoerotismo e masculinidades entre homens de meia idade no Rio de Janeiro e Extremo Sul da Bahia
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Ciências Sociais Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20732 |
Resumo: | “Meia idade” é o nome comumente dado a uma fase do curso da vida na qual se está num “entre lugares”, utilizando a noção de liminaridade de Turner (2005): não se está mais nos primeiros anos da fase adulta, ainda bastante relacionados à juventude, mas também ainda não se chegou à velhice e suas marcas, sobretudo físicas. De definição imprecisa quando se trata de marcos cronológicos, tem como principal característica sua proximidade com a última etapa da vida. Embora qualquer pessoa – na verdade, qualquer ser vivo – comece a envelhecer a partir do momento em que nasce, é a meia idade que costuma nos “lembrar” da passagem do tempo. Entretanto, essa atenção ao envelhecer não é uma regra inflexível: a percepção do envelhecimento se dá de variadas maneiras, e parece mais ser “apontada” pelo outro do que por nós mesmos. Assim, esta pesquisa pretende analisar como homens com práticas homoeróticas que estão situados na meia idade entendem o envelhecimento e como se “preparam” – se é que se preparam – para essa “nova fase” da vida. Morando na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) e no Extremo Sul da Bahia (ESB) – regiões completamente díspares se considerarmos dados demográficos e socioeconômicos –, esses homens são perpassados não apenas pelo curso da vida, mas também por outras categorias sociais de diferenciação, como gênero, sexualidade, corporalidade, território, classe social, raça/cor da pele. Assim, mostram similaridades e diferenças que indicam as inúmeras nuances que o envelhecer traz às suas vidas. A partir de referenciais teóricos sobre homossexualidade, envelhecimento e outros marcadores sociais da diferença, o estudo foi desenvolvido por meio de entrevistas semi-estruturadas, em profundidade, que buscaram saber desses sujeitos o seu presente – quem são e o que fazem atualmente; o seu passado – a descoberta do desejo homossexual e como tal fato se desdobrou nas relações familiares e de amizade; e o que imaginam para o seu futuro – quando (e se) perceberam que o tempo está passando e se fazem algo para “frear” as “máscaras do envelhecimento”, como aponta Simões (2004). Necessário ressaltar que o desenvolvimento da pesquisa foi profundamente afetado pela pandemia de Covid-19, que não apenas ampliou o território a ser estudado – do Rio para o Sul da Bahia –, como também impediu a proposta inicial de uma frequência efetiva em locais de sociabilização desses homens, de modo a captar suas relações. De modo geral, o que se percebe é que a proximidade da velhice, embora não apontada como um fator que cause medo, é agenciada de variadas formas. E também modificada de acordo com a situação e as relações vividas por esses homens – seja no Rio, seja no sul baiano. |