Efeitos do extrato da casca de uvas Vitis vinifera nas alterações metabólicas induzidas pela dieta hiperlipídica em camundongos C57BL/6

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Costa, Giselle França da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12694
Resumo: A obesidade tem sido reportada como um acúmulo excessivo de tecido adiposo, resultante, principalmente, do desequilíbrio entre a ingestão de energia e o gasto energético. Alterações funcionais nos adipócitos podem levar à dislipidemia, hiperinsulinemia, inflamação e estresse oxidativo, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, câncer e Síndrome metabólica. Previamente, foi demonstrado um potente efeito antioxidante e hipoglicêmico do extrato da casca de uva Vitis vinífera (GSE), rico em polifenóis. No presente estudo, nossa hipótese é que o GSE pode exercer um efeito benéfico na obesidade e nas desordens metabólicas induzidas pela dieta hiperlipídica (HFD). Os animais foram alimentados com dieta padrão (10% gordura saturada, grupos Controle e GSE) ou com HFD (60% gordura saturada, grupos HF e HF+GSE) com ou sem GSE (200 mg.kg-1.d-1) por 12 semanas. A ingestão de ração e o peso corporal foram avaliados periodicamente e a glicemia de jejum nos dias experimentais 0, 45 e 90. Ao final do período experimental, os animais foram anestesiados (tiopental 30 mg/kg, i.p.), heparinizados e o sangue coletado por punção cardíaca. Foram avaliados os níveis plasmáticos dos seguintes marcadores: hemoglobina glicada, perfil lipídico e insulina. Os níveis de expressão de proteínas da cascata de sinalização da insulina (receptor de insulina, pIRS, PI3-K, AKT, GLUT4) foram analisados no músculo e no tecido adiposo, e a AMPK e AMPKp foram avaliadas no músculo. Também verificou-se os níveis plasmáticos e a expressão no teciso adiposo dos marcadosres inflamatórios IL-6 e TNF-α e das adipocinas adiponectina e leptina, bem como a resistina plasmática. A avaliação do dano oxidativo e da atividade de enzimas antioxidantes foi realizada no plasma, no músculo e no tecido adiposo. Nossos resultados mostraram que o GSE preveniu o ganho de peso, a dislipidemia, a resistência à insulina, as alterações plasmáticas de leptina, adiponectina e resistina e a desregulação da expressão de leptina e adiponectina no tecido adiposo. Os possíveis mecanismos para esses efeitos benéficos do GSE podem estar relacionados com a modulação positiva das proteínas que participam da sinalização de insulina (IR, pIRS, PI3K, pAKT), da relação pAMPK/AMPK e da expressão do GLUT4 no musculo e tecido adiposo de ratos alimentados com HFD. Além disso, o GSE preveniu o dano oxidativo, evidenciado pela restauração da defesa antioxidante e diminuição dos níveis de malondialdeído e carbonil no músculo e tecido adiposo. Finalmente, o GSE mostrou uma ação antinflamatória, evidenciada pela redução dos níveis plasmáticos e no tecido adiposo dos marcadores inflamatórios (TNFα and IL-6). Nossos resultados sugerem que o GSE preveniu a obesidade e suas desordens metabólicas nos animais alimentados com HFD através da regulação da sensibilidade à insulina e expressão do GLUT4, e preveniu o estresse oxidativo e a inflamação do músculo esquelético e tecido adiposo.