Dona Ivone Lara: reminiscências de um canto feminino negro
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20669 |
Resumo: | Esta pesquisa teve como objeto de estudo oito canções de Dona Ivone Lara, visando investigar as manifestações memorialísticas e ancestrais em cada uma delas, em que foram analisados todos os elementos que constituem este gênero: texto, voz e melodia, sem perder de vista que a canção é, por si só, um dispositivo capaz de acionar memórias, visto que “cada vez que se repete uma canção, recorda-se de um fragmento do tempo” (TATIT, 1996, p. 20). A memória ocupa aqui um lugar que humaniza corpos como o de Dona Ivone Lara, um corpo negro, que desde o período escravocrata vem sendo descrito e animalizado dentro da cultura nacional. Daí a essencialidade de analisar, no presente trabalho, a narrativa de nação que perpassa pelos meios de comunicação, corroborando de maneira veemente com a perpetração de estereótipos que atravessam os corpos femininos negros. Dona Ivone Lara, ao escrever e cantar suas memórias, não apenas se imortaliza, como também imortaliza aqueles sobre os quais ela versificou e cantou, porque isso já é lembrar, afinal, segundo Le Goff, “palavra poética é uma inscrição viva que se inscreve na memória como no mármore” (LE GOFF, 1990, p. 378). Esta voz que outrora evocava a musa, filha de Mnemosine - deusa da memória - com Zeus, para compor um poema de amor – como se verifica na metacanção “Nas asas da canção” -, por exemplo, neste trabalho de dissertação parece estar tomada por esse ser que é guardiã de todos os acontecimentos, ao trazer, para o centro dos seus versos, a memória como engrenagem de sua produção |