Evolução paleoambiental holocênica da Baía de Sepetiba, RJ
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7028 |
Resumo: | A Baía de Sepetiba está localizada na região sudeste do Estado do Rio de Janeiro, e assim como outros sistemas costeiros tem sua evolução fortemente relacionada às variações do nível relativo do mar do Quaternário, principalmente no Holoceno (11.000 anos cal. AP - presente). O presente trabalho tem como objetivo principal identificar na região a transição de um ambiente de sedimentação continental, relacionado à expansão das geleiras na Última Glaciação, para um ambiente marinho, que começou a se desenvolver desde o degelo que sucedeu o Último Máximo Glacial, e vem se mantendo desde que o mar atingiu seu nível máximo há ≈7.000 anos AP. Para tal, foram analisados dados sedimentológicos, como granulometria, geoquímicos (COT, enxofre total e carbonatos), mineralógicos (fração fina) e faunísticos as associações de foraminíferos bentônicos. Os dados foram obtidos em três testemunhos: SPT-Furnas (50,00 m de extensão, próximo ao Canal de São Francisco), T4 (286 cm de extensão, na zona interna da Baía de Sepetiba) e T1 (480 cm de extensão, no Manguezal de Guaratiba), e foram tratados estatisticamente por análises multivariadas. Nove datações por 14C foram realizadas, para posicionar cronologicamente os eventos descritos. Os resultados mostram que no testemunho SPT-Furnas foi identificada uma descontinuidade sedimentológica com ≈7.000 anos cal. AP, e que separa dois pacotes sedimentares: um inferior, composto por areias fluviais, depositadas sob condições de alta energia, e um pacote superior de sedimentos silto-lamosos, depositados em ambientes de mar mais alto e sedimentação mais calma, e intercalada por períodos de maior hidrodinamismo. A partir de ≈5.000 anos cal. AP foi possível identificar episódios de maior influência marinha, através de uma fauna de foraminíferos típicos de fundo de baía, tais como Ammonia tepida, A.parkinsoniana, Crobroelphidium excavatum, Pararotalia cananeiaensis, Elphidium spp e Buliminella elegantissima. Estes episódios ocorreram entre: ≈5.000-4.000 anos cal. AP, ≈3.000-2.100 anos cal. AP e ≈2000-500 anos cal. AP. Foram também identificados episódios de menor influência marinha: ≈4.000-3.000 anos cal. AP e ≈2.000-1.500 anos cal AP, estando o último evento referido possivelmente associado a uma ruptura da Restinga da Marambaia. O crescente confinamento foi observado nos três testemunhos e pode ter sido responsável pela ausência da fauna de foraminíferos na zona interna da Baía de Sepetiba nos últimos ≈500 anos cal. AP e pela instalação do Manguezal de Guaratiba nos últimos ≈300 anos cal. AP, evidenciado por uma fauna exclusivamente aglutinante associada a elevados teores de COT e carbonato. A integração dos dados obtidos nos três testemunhos permitiu identificar uma sequência de eventos para os últimos ≈7.000 anos cal. AP na Baía de Sepetiba: (i) um período de transição entre um ambiente de sedimentação continental e um ambiente marinho (≈7.000 6000 anos cal. AP); (ii) o início da influência oceânica a partir de ≈5.000 anos cal. AP, com um crescente grau de confinamento a partir de 3.000 anos cal. AP (após o fechamento da Restinga da Marambaia) e períodos de maior hidrodinamismo; e (iii) o estabelecimento do Manguezal de Guaratiba, relacionado a um grau de alto confinamento do sistema costeiro. |