Eugenia como prática científico-discursiva: uma crítica dialógica a partir das Ciências Humanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Luciano Cicero Amaral dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17657
Resumo: Este trabalho era para ter as propostas de políticas públicas de base eugênica na educação, como tema, na primeira metade do século vinte, especialmente durante o período Vargas. Mas, conforme a escrita foi avançando, acabou se transformando em uma leitura sobre o poder da branquitude como eixo central, favorecendo uma análise micropolítica das relações de alteridade racialmente constituídas no Brasil. Por esse prisma, um dos argumentos possíveis, para a origem desse ideal de brancura foi a colonização e a colonialidade desde então, como processo de modernização ocidental e como tais ideais foram se metamorfoseando na cultura brasileira ao longo de mais de 350 anos de escravidão, quase um século como império e um pouco mais de cem anos como república. Para esse trabalho foi analisado apenas o período da república “velha” e a república “nova”, e seus modos ou regimes de enunciação política, cultural e científicoepistemológica. A eugenia entra em seu período mais violento em suas propostas na década de 30 do século vinte, período privilegiado neste trabalho, no qual a figura do eminente farmacêutico e médico Renato Ferraz Kehl se torna hegemônica na difusão da eugenia. Justamente quando o nazismo assume o poder na Alemanha, com Vargas assumindo o poder no Brasil e é convocada uma Assembleia Nacional Constituinte em 1934. Período em que o nacionalismo brasileiro assume sua face mais perversa no século vinte. Desse tempo para cá, após a Segunda Guerra Mundial, o discurso dominante assume uma face bem diferente, a afirmação da superioridade racial pautada pela branquitude se dilui nos discursos sobre a suposta democracia racial, enquanto a desigualdade racial permanece no DNA do nacionalismo à brasileira. A partir de levantamento bibliográfico, constata-se que a eugenia fazia parte do imaginário social brasileiro e permeava praticamente todos os saberes e práticas científicas, como a medicina, educação e ciências sociais.