A importância do Projeto Africanidades como possibilidade “Outra” no Centro Integrado de Educação Pública (CIEP 201)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Santos, Julio Cesar Araujo dos lattes
Orientador(a): Santos Junior, Renato Nogueira dos
Banca de defesa: Santos Junior, Renato Nogueira dos, Siss, Ahyas, Pereira, Marcelino Sanchez, Alves, Luciana Pires, Rodrigues, Marcelino Euzébio
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9931
Resumo: A presente pesquisa tem como ponto de partida a sanção da Lei 10.639/03, a LDBEN passou a incluir o artigo 26-A, tornando obrigatório que os governos implementassem as DCNERER. Nesse sentido, seu objetivo principal tem como base analisar a problematização sobre as relações étnico-raciais na educação dos discentes, buscando compreender suas práticas em relação aos discursos hegemônicos presentes na base ideológica que permeiam os discursos e aprendizados escolares. Como objetivo específico, nossa investigação procura descrever as mudanças ocorridas nas atitudes e comportamentos discentes a partir do PROJETO AFRICANIDADES, entre 2007 e 2021. Nesse sentido, a pesquisa descreve como sua formulação implicou a discussão sobre as agressões de cunho racial, especialmente em contextos que ligam o sujeito social a um passado cimentado na exclusão e na violência e a narrativas coloniais em que a leitura feita sobre seu corpo se dá na negação. Adotamos como forma de investigação a metodologia da pesquisa-ação, uma vez que, para Thiollent (2011), torna mais evidentes, aos olhos dos interessados, a natureza e a complexidade do que é pesquisado. Dessa forma, a pesquisa parte da observação sobre as dificuldades dos discentes, na sua quase totalidade, negros e negras, como também dos docentes do Centro Integrado de Educação Popular da rede estadual, em não saberem lidar com a realidade racial presente no cotidiano escolar, reproduzindo também discursos configurados pelo ódio e pela violência. Como referencial teórico, demos ênfase aos conceitos de colonialidade e de interculturalidade crítica, uma vez que suas contribuições são de extrema importância ao buscarmos compreender as experiências apreendidas de quem sofreu com o esvaziamento de seus referenciais culturais e, consequentemente, da sua identidade étnico-cultural, quando refletimos sobre os discursos interrompidos e as vozes “torturadas” na região da Baixada Fluminense. Por fim, por meio das observações que deram origem ao Projeto, nos documentos e análise bibliográfica, nas entrevistas com os docentes e os discentes formados nessa instituição, a pesquisa apresenta os resultados sobre as ações e os procedimentos que o PROJETO AFRICANIDADES suscitou ao tensionar as concepções sobre a amplitude da cidadania cimentada no mito da democracia racial ao trazer a real possibilidade de mudanças nas práticas docentes e discentes na perspectiva da proposta de Hooks (2013), na qual educar é transgredir como prática de liberdade.