Ação da grelina acilada sobre o metabolismo energético no tecido adiposo branco de camundongos jovens e adultos hiperalimentados no início da vida

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: Santos, Vivian de Melo Soares dos
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes; BR; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Biociências
• Palavras-chave em Português: Overnutrition during lactation; Ghrelin; White adipose tissue; Energy metabolism; Hipernutrição na lactação; Grelina; Tecido adiposo branco; Metabolismo energético; Obesidade; Tecido adiposo; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::NUTRICAO
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16205

A obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública, resultante de um desequilíbrio entre ingestão alimentar e gasto energético. O aumento da adiposidade leva ao desenvolvimento de dislipidemias, doenças cardiovasculares e diabetes do tipo 2. A Grelina é um hormônio sintetizado pelo estômago, que atua em diferentes tecidos através de um receptor específico (GHS-R1a). Esse hormônio modula o armazenamento e utilização dos substratos energéticos nos adipócitos, revelando-se de grande importância na manutenção do metabolismo energético. Portanto, considerando que a hiperalimentação neonatal induz obesidade na idade adulta por mecanismos ainda não totalmente elucidados, neste estudo foram pesquisados os efeitos da grelina acilada exógena sobre o metabolismo energético do tecido adiposo branco (TAB) de animais hipernutridos no início da vida. Para induzir a hiperalimentação na lactação, o tamanho da ninhada foi reduzida a 3 filhotes machos no terceiro dia, grupo hiperalimentado (GH). O grupo controle (GC) permaneceu com 9 filhotes da lactação ao desmame. Aos 21 e 120 dias os animais receberam injeção intraperitoneal de grelina (3nM) ou salina. Foram avaliados parâmetros antropométricos como: massa corporal e massa do tecido adiposo visceral, fígado e peso do tecido adiposo marrom. Avaliamos parâmetros bioquímicos e hormonais, como glicemia, insulina, grelina acilada, glicogênio hepático, triglicerídeos e colesterol -total. Através do Western Blotting e PCR tempo real avaliamos as proteínas envolvidas na sinalização de insulina e metabolismo energético no TAB. Os GC e GH foram estudados aos 21 e 120 dias de vida. Os dados demonstram que a hipernutrição induz um aumento significativo no peso corporal, gordura visceral, hiperglicemia, hiperinsulinemia, hipogrelinemia, aos 21 e 20 dias; redução da CPT1, redução da oxidação dos substratos energéticos e aumento do 4HNE, aos 21 dias; redução CD36, aos 21 e 120 dias; redução da pAKT/AKT, redução da expressão do GLUT4, aumento da FAS, redução pAMPK/AMPK; aumento da expressão da CPT-1 e UCP2, redução da fosforilação oxidativa com o palmitoil-L-carnitina e redução de ATP, aos 120 dias. Após a administração de grelina houve aumento da glicemia, da insulina, redução da grelina acilada, aumento da AKT , aumento da expressão do GLUT4 e CPT1, no GC aos 21dias; no GH, aos 21 dias, a grelina aumentou o conteúdo de CD36, UCP2 e aumentou a oxidação dos substratos energéticos e ATP. Na idade de 120 dias, a grelina aumentou a glicemia, glicogênio hepático, reduziu grelina acilada plasmática, aumentou a expressão do GLUT-4, aumentou conteúdo da FAS, reduziu ATP e aumentou a expressão de UCP2, no GC. Aos 120 dias, no GH a grelina promoveu redução da glicemia, redução do glicogênio hepático, aumento da grelina acilada plasmática, redução do GHSR1a, aumento do IRβ, PI3K, pAKT e GLUT-4. Além disso, aumentou CD36 e PPAR gama. Concluimos que alterações nutricionais no início da vida levam a modificações hormonais que influenciam o metabolismo glicídico, lipídico e predispõem as mitocôndrias do TAB ao estresse oxidativo e reduz a capacidade de oxidação dos substratos energéticos. Tais modificações, além de promoverem o ganho de peso perduram ate a idade adulta. A grelina acilada promove o aumento na oxidação dos substratos energéticos, melhora da sensibilidade à insulina e redução dos níveis de colesterol-total em animais do GH. Além disso, a grelina acilada desenvolve uma dupla ação sobre a homeostase glicêmica de acordo com a idade do animal e estado nutricional, reforçando que a grelina é um importante modulador do metabolismo energético do TAB.