Efeito do consumo crônico do adoçante natural stevia (S. rebaudiana Bertoni) sobre parâmetros metabólicos e atividade mitocondrial do tecido adiposo branco de camundongos obesos hiperalimentados durante a lactação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Bruna Gonçalves da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12718
Resumo: A obesidade é definida como um acúmulo de tecido adiposo corporal correlacionado ao aumento de morbimortalidade. Com o objetivo de reduzir o consumo de calorias e melhorar a forma física, a população tem aumentado o consumo de adoçantes não calóricos. Os adoçantes podem ser naturais ou artificiais, e sabe-se, hoje, que estes não são compostos inertes e que alguns tipos apresentam correlação positiva com aumento da massa corporal e obesidade. A Stevia rebaudiana Bertoni é uma planta nativa da América do sul que apresenta alto poder edulcorante, por este motivo é utilizada na produção do adoçante natural Stevia. Estudos experimentais recentes mostram o papel positivo deste adoçante sobre parâmetros metabólicos devido a sua capacidade de ativar receptores de sabor doce (T1R2/T1R3) presentes nas papilas gustativas e em outros órgãos, influenciando no processo de adipogênese. Desta maneira, torna-se necessária a investigação do efeito do consumo do adoçante natural Stevia sobre o metabolismo energético e sua relação com o processo de adipogênese. Foram utilizados camundongos Swiss hiperalimentados. Para induzir a hiperalimentação, as ninhadas foram reduzidas a 3 filhotes machos por lactante no 3° dia de vida pós-natal (grupo hiperalimentado - GH). As ninhadas controles foram ajustadas em 6 filhotes por lactante (grupo controle - GC). Aos 90 dias de vida, os grupos controle e hiperalimentado foram divididos em dois subgrupos, grupo controle e hiperalimentado que receberam água contendo 0,3% de Stevia (GC-ST e GH-ST) ou grupo controle e hiperalimentado que receberam água pura (GC-AG e GH-AG). Os animais foram sacrificados aos 180 dias de vida. Avaliamos o consumo alimentar e hídrico pelos animais durante todo o estudo. A composição corporal foi aferida por ressonância magnética e verificamos o peso de alguns tecidos, como: fígado e tecido adiposo branco. Analisamos alguns parâmetros bioquímicos, como: glicemia, triglicerídeos e colesterol-total. Através da técnica de Western Blotting e PCR, quantificamos o conteúdo de algumas proteínas da via de sinalização da insulina e do metabolismo lipídico. O metabolismo mitocondrial foi analisado por respirometria de alta resolução e dosagem de ATP. Os dados demonstraram que a hiperalimentação induz aumento da massa corporal, gordura epididimal e hiperglicemia nos animais adultos. O consumo do adoçante Stevia foi capaz de diminuir a massa corporal e gordura epididimal no GH-ST, assim como melhorar a resposta glicêmica e aumentar o conteúdo do receptor de insulina tipo 1 (IRS-1). Em contraste o GC-ST apresentou aumento desses parâmetros antropométricos e aumento do percentual de gordura corporal, sem alterar o conteúdo de IRS-1. Assim, nosso trabalho sugere que o consumo crônico do adoçante natural produzido a base de Stevia promove alterações metabólicas distintas de acordo com o estado nutricional do animal, melhorando a homeostase glicêmica e parâmetros antropométricos em animais adultos hiperalimentados durante o período de lactação.