Geografias machadianas: a Rua do Ouvidor nas crônicas de Machado de Assis (1861-1897)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carvalho, Sheila Regina Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20087
Resumo: Esta dissertação aborda o protagonismo da Rua do Ouvidor na crônica machadiana tendo em vista a estreita relação do autor com este logradouro. Partindo da hipótese de que a Rua do Ouvidor é um lugar machadiano, vislumbramos investigar as formas pelas quais o logradouro é retratado por Machado de Assis em suas crônicas. O trabalho se apoiou em referenciais da geografia cultural-humanista; nos estudos sobre a vida e a obra de Machado de Assis e adotou a análise de conteúdo como metodologia para a análise das crônicas. A dissertação é constituída por três capítulos. No primeiro são abordados: um breve histórico do diálogo entre geografia e literatura; a importância de Machado de Assis e as dificuldades em estudar um autor de sua magnitude; as características da crônica machadiana e sua contextualização no âmbito do jornalismo literário; e o potencial geográfico da escrita machadiana. No segundo capítulo, foi realizada uma análise da geografia pessoal de Machado de Assis – o que chamamos de geobiografia –, revisitando lugares e caminhos importantes em sua trajetória que tem a Rua do Ouvidor como culminância. No capítulo final, realizou-se a análise de conteúdo das crônicas, que resultou no agrupamento em três categorias de análise. Em Vitrine estão reunidas as crônicas nas quais Machado exaltou a centralidade econômica e social da Ouvidor. A categoria Janela reúne as crônicas que retratam fatos cotidianos da Rua do Ouvidor, vividos ou sabidos nas andanças do autor pelo logradouro. Já Reflexo reúne as crônicas em que Machado de Assis qualificou a Ouvidor como a “rua do boato”, e aquelas nas quais o autor demonstrou sua identificação pessoal e afetiva com a Rua do Ouvidor. Na análise das crônicas, foi possível perceber que a permanência de Machado na Rua do Ouvidor ao longo dos anos resultou em um aprofundamento de suas relações com o logradouro. Concluiu-se, desta forma, que a Rua do Ouvidor, além de principal rua do Rio de Janeiro do século XIX, possuiu grande centralidade para Machado de Assis, tornando-se, ao longo do tempo, sua casa, lar e lugar.