Representações literárias da Rua do Ouvidor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Liuti, Fátima de Lourdes Ferreira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/106339
Resumo: Este estudo tem como objetivo analisar as representações literárias da Rua do Ouvidor, na cidade do Rio de Janeiro, tomando como referência o século XIX. Para tanto, elegemos as narrativas que se desenvolvem no espaço urbano: Memórias da Rua do Ouvidor, de Macedo, Senhora e Lucíola de Alencar, Esaú e Jacó e Memorial de Aires, de Machado, nas quais a Rua do Ouvidor pode ser tomada como metonímia espacial da Cidade Maravilhosa. O trabalho privilegia o enfoque comparatista e apresenta o espaço nacional da Rua do Ouvidor como paradigma de desenvolvimento e de modernidade, bem como representação de uma ambiência relacionada aos eventos que marcaram o Brasil, no período de transição entre o Império e a República. A metodologia fundamenta-se em reflexões sobre a História, a Literatura, subsidiada pela Sociocrítica, pela Teoria da Recepção e alguns aspectos do método estruturalista, como noções acerca do narrador, da focalização e do espaço, enquanto elementos que constituem a narrativa ficcional. O trabalho corrobora que toda criação artística é também uma prática social e, portanto, deve ser analisada em sua relação com o mundo que é sempre ideológico. Nas Memórias da Rua do Ouvidor, Macedo faz uma descrição desse mesmo espaço situado entre o real e ideal, como documentário, para além do experienciado. Tanto em Lucíola quanto em Senhora, Alencar apresenta a Rua do Ouvidor como um espaço idealizado, local de sedução, exposição e vitrine, onde se exibem as mercadorias à venda no comércio em que o ideal de ser e parecer francês é uma constante. Machado, em Esaú e Jacó e no Memorial de Aires recupera a cidade simbólica do Rio de Janeiro que se transporta para a Rua do Ouvidor, mas não se encontra nas obras em análise uma imagem idealizada, refletida como simples descrição. O cotejo entre as narrativas eleitas demonstra...