Sem dor, sem ganho: uma análise da prática discursiva “motivacional” do fisiculturismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gonçalves, Tatiana Jardim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16932
Resumo: Nesta tese, é apresentada uma análise da prática discursiva, denominada motivacional, que transita no mundo do fisiculturismo. Considerando o fato de o corpo ser capturado e objetificado por perspectivas distintas, nosso objetivo é explicitar as regularidades desta prática discursiva e, consequentemente, seus efeitos em relação ao modo de conceber o próprio corpo e a vida. Para isso, nos respaldamos em Foucault (2009, 2010, 2014, 2015 e 2016) no que se refere à produção de verdades, de discursos e de sua engrenagem e à biopolítica. Considerando este último fator, que é uma lógica de governo e de gestão de vidas, tecemos explanações relativas à concorrência e ao desempenho com base nas colocações de Ehrenberg (2010). Buscamos respaldo também nas teorizações de Le Breton (2012) no que tange à corporeidade enquanto símbolo de coisas de uma época. O modus operandi da prática discursiva analisada se dá por meio de enunciados destacados que conferem à mesma o tom proverbial. Por isso, nos amparamos nas postulações de Maingueneau em relação à prática discursiva (1997, 2008b) e à aforização (2008a, 2010, 2014) para expormos e argumentarmos em relação às questões linguísticas e discursivas. Como a materialidade da prática se dá por meio de textos oriundos de outras esferas, observamos a possibilidade de argumentarmos em relação à intertextualidade e à interdiscursividade, por isso um objetivo subjacente a este trabalho é uma contribuição teórica a partir da ampliação das ideias destes fenômenos cuja positividade discutimos a partir de algumas postulações de Foucault (2016). Discutimos também questões inerentes à produção de subjetividade com base em Foucault (2010, 2014) e Guattari e Rolnik (2013). As análises feitas mostram que estamos diante de uma prática discursiva que forma, com outras de nosso tempo, um bloco de sentido inerente aos microfascismos, aos achatamentos das singularidades. Com este trabalho, pretendemos contribuir ainda mais para a reflexão sobre sentidos de existência orquestrados pela palavra já que a mesma cria, explicita e coloca realidades em movimento