Aos loucos, o hospício? A representação da instituição psiquiátrica na telenovela brasileira
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21585 |
Resumo: | “Aos loucos, o hospício!”. Quando no século XIX os membros da Academia Imperial de Medicina e da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro utilizaram esse slogan para reivindicar a criação de hospícios para abrigar os loucos da cidade, estavam em consonância com o que havia de mais moderno e revolucionário na Europa. Em um tempo no qual os chamados alienados eram recolhidos nas ruas e enviados para as cadeias públicas ou as Santas Casas de Misericórdia, locais nos quais sofriam desde reprimendas morais até torturas físicas, um espaço destinado somente a eles resolveria dois problemas em uma tacada só: removeria das ruas o elemento perturbador da ordem e, ao mesmo tempo, restituir-lhes-ia a razão a partir do tratamento moral. Assim foi inaugurado, com pompa e circunstância, o primeiro hospício do Brasil, que chegou a receber o nome do Imperador Dom Pedro II e foi considerado um marco da modernidade. Contudo, o que a História nos mostra é que, ao longo do tempo, diversos abusos foram cometidos nessas instituições. Não é de se admirar, portanto, que o gênero telenovela brasileira, que sempre buscou se aproximar do cotidiano e da vida, tantas vezes tenha feito uso desse recurso como palco para as desventuras vividas por seus mocinhos e vilões. Em diferentes emissoras, em diferentes décadas, encontramos uma infinidade de personagens acometidos pela loucura ou falsamente dela acusados e internados em instituições psiquiátricas que restringem seu contato com a cidade e os destituem de tudo que lhes é caro. Considerando a força que as novelas, sobretudo as da Rede Globo, têm em nosso país, propomos então uma investigação e uma análise acerca de como os hospícios são por elas representados, a partir de uma observação empírica e tendo, como referencial teórico, o conceito de instituições totais de Goffman, de clichês e estereótipos de Amossy e Pierrot e de representação de Stuart Hall. Em consonância com o estabelecido por Motter e Lopes, consideramos a telenovela brasileira como um gênero próprio, que guarda peculiaridades que a distinguem tanto das soap operas americanas como de novelas produzidas em outras partes do mundo. Além de Motter e Lopes, nossa análise acerca da telenovela brasileira se embasa também no trabalho de Hamburger. Para atingir nosso objetivo, escolhemos como recorte metodológico as novelas Caminho das Índias, O outro lado do paraíso, Orgulho e paixão e Além da ilusão, que contêm cenas importantes passadas em instituições psiquiátricas. |