De Debret a Marc Ferrez: a política higiênica e os lugares e formas de convivência da família brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Patrão, Benedicto de Vasconcellos Luna Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Direito
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Direito
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/9313
Resumo: Do período joanino pintado nas aquarelas de Jean-Baptiste Debret até o advento da belle époque carioca retratado nas fotografias de Marc Ferrez visualizam-se transformações urbanas que repercutiram nos lugares e formas de convivência da família brasileira. Proporcionadas pela introdução da ideia iluminista de cidade, tais mutações ocorreram, tanto na privacidade do lar doméstico, em que a habitação colonial foi reconfigurada em prol do bemreceber, como nas relações de sociabilidade no ambiente comunitário, por meio de políticas urbanas voltadas para a readequação do espaço público. A reorganização dos tradicionais papéis que outrora eram desempenhados por cada um dos membros do núcleo familiar foi o prenúncio da desfragmentação do absolutismo patriarcal. Afinal, o iluminismo urbano, ao promover na sociedade brasileira um novo sentimento de ascensão social por meio do contínuo estabelecimento de laços comunitários, determinou que os hábitos familiares seguissem padrões de civilidade baseados no discurso higiênico da medicina sanitarista. Possibilitou-se, assim, a valorização do convívio íntimo entre pais e filhos, com o maior interesse dos primeiros pelo desenvolvimento físicosentimental dos últimos, educando-os de maneira mais individualizada e, por consequência, levando-os a ganhar maior consciência de suas próprias individualidades. Portanto, o presente trabalho teve o propósito de analisar a intervenção do discurso higiênico perpetrado pelo poder público no decurso do mencionado período e de que forma a medicina sanitarista influenciou nos hábitos urbanos da família brasileira.