A autoconstrução e a autorrepresentação da identidade: um estudo sistêmico-funcional sobre o capixaba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Machado, Marcos Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16804
Resumo: Esta pesquisa investiga a autorrepresentação discursiva da identidade capixaba e a partir dessa investigação faz uma contribuição conceitual e metodológica aos estudos linguísticos sobre representação e identidade. O trabalho parte da premissa de que a identidade encerra em si um caráter de fluidez e maleabilidade (BAUMAN, 2001, 2005), (HALL, 2006, 2007), pois ela é construída ao longo de discursos, práticas e posições que podem se cruzar ou ser antagônicos, estando sujeita à mudança e transformação constantes (HALL, 2000). Entretanto, esta tese argumenta ser possível desvelar a identidade social de um grupo específico, os capixabas, a partir da análise das representações construídas por membros desse grupo, em seus discursos individuais, em um momento e contexto determinados, constituindo um mosaico sociocultural das crenças e valores compartilhados por essa comunidade. Assim, levando-se em conta o caráter interdisciplinar desta pesquisa e o modo de coleta de informação dos sujeitos nela envolvidos, adotou-se um conceito de identidade calcado na autoconstrução e na autorrepresentação (BRUBAKER, 2001). Para a investigação, selecionou-se um corpus de pesquisa subdividido em dois corpora, contendo dois gêneros discursivos: depoimentos transcritos de uma série televisiva e um conjunto de tuítes coletados ao longo da exibição dessa série, os quais dialogavam com ela, avaliando os episódios ou respondendo aos seus questionamentos. Na coleta e tratamento dos dados, utilizou-se a estratégia de triangulação, que permitiu justapor os resultados analíticos obtidos. O ferramental teórico foi derivado de dois conjuntos de categorias analíticas próprias à Gramática Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1985), (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2004). Um desses conjuntos foi notadamente a metafunção ideacional e a sua instanciação na Transitividade, e o outro ancorou-se em categorias provenientes do inventário sociossemântico da Teoria de Atores Sociais (VAN LEEUWEN, 2008). A análise empreendida evidencia três aspectos da autorrepresentação: um que se volta para o capixaba enquanto povo, referindo-se a uma coletividade da qual ele faz parte; um segundo, restrito a um universo mais individual; e um terceiro, focado metonimicamente nos detalhes que compõem o estado, como por exemplo, sua gastronomia, sua música e sua paisagem física e social. Os resultados dos dois corpora revelam autorrepresentações que permitem o estabelecimento de uma fotografia do capixaba, do sentimento capixabista de ser e do seu pertencimento a um território que se estende para além dos limites geográficos do estado. Como “fotografia”, o conjunto de resultados está circunscrito a um momento específico, capturado por meio de dois ângulos: o “Ideal”, representado pela série, sendo o ângulo mais fotogênico, porquanto editado e roteirizado; e o “Real”, retratado pelos tuítes que, agrupados, constituem uma longa conversa sem edição, cujas marcas deixam transparecer o real