Memórias, saberes e fazeres de professoras alfabetizadoras do Município de São Gonçalo: a construção de propostas antirracistas tecidas com o cotidiano escolar
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22493 |
Resumo: | Esta dissertação de mestrado, está vinculada ao Programa de Pós-Graduação Processos Formativos e Desigualdades Sociais da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ-FFP) e à Linha de Pesquisa Formação de Professores, História, Memória e Práticas Educativas. De caráter qualitativo, esta pesquisa tem como intenção compartilhar a implementação das práticas pedagógicas antirracistas de professoras alfabetizadoras elaboradas coletivamente, com a participação ativa das crianças, do Colégio Municipal Irene Barbosa Ornellas, localizada no bairro de Jardim Catarina em São Gonçalo/RJ. A pesquisa toma como ponto de partida a ancestralidade, tendo como escolha duas mulheres que me antecederam, com as quais se manifesta nos laços de consanguinidade, minha bisavó Marcionilha e minha mãe Arlinda. As histórias narradas pela minha mãe, evocam a presença da minha bisavó Marcionilha e da sua reivindicação ao direito a ela negado da escrita. Sou inspirada pelo provérbio yorubá que diz que “Exu matou um pássaro ontem com uma pedra que só jogou hoje”, que anuncia a reversibilidade do tempo. Encontro na concepção do tempo espiralar, a compreensão de que não há início, meio ou fim, mas uma ação determinada. Desse modo, até o passado pode ser reinventado. Ouso escrever uma pesquisa memorialística, que investiga o vivido e se anuncia como Pesquivivência, já iniciada por elas e tantas outras mulheres pretas, que construíram uma história que não ficou guardada no passado, mas se anuncia no presente e no futuro, como pedra que mira o pássaro em pleno voo. Minha mãe, a quem eu identifico como minha principal doadora de memórias movimenta reflexões sobre: questão migratória do povo preto, trabalho doméstico, etarismo, matripotencia, infâncias negras, reivindicação da escola como espaço formativo e de resistência, interseccionalidade, escrita na experiencia, morte/vida, modos outros de existir e (re)existir. Compartilhadas através de minhas escrevivências, a escrita do eu-nós nos manifestamos, convidando professoras e crianças a contarem suas histórias, que se encontram com a minha história, pelo atravessamento da experiencia do racismo. Com as rodas de conversas e a prática da escuta sensível como metodologias, nasce o “manualzinho antirracista”, um pronunciamento das crianças sobre as causas, os efeitos e os modos de enfrentamento do racismo. Escrevo a minha história e convido a escrita, as professoras e as crianças, porque temos muita história para contar. |