Influência bidirecional da síndrome metabólica e periodontite apical
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Odontologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Odontologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22815 |
Resumo: | O presente estudo investigou as possíveis inter-relações bidirecionais entre a síndrome metabólica induzida por frutose e a periodontite apical em um modelo animal. Vinte e oito ratos Wistar machos foram distribuídos em quatro grupos (n=7 por grupo): Controle (C), Periodontite Apical (PA), Consumo de Frutose (FRUT) e Consumo de Frutose e Periodontite Apical (FRUT+PA). Os animais receberam água filtrada ad libitum (C e PA) ou frutose 20% misturada a água de consumo para indução da síndrome metabólica (FRUT e FRUT+PA). Após 4 semanas do início do experimento, os animais dos grupos PA e FRUT+PA tiveram a polpa do primeiro molar inferior direito exposta por 28 dias para induzir a formação de lesão periapical. Ao longo do experimento os animais foram submetidos a inspeções para determinar o consumo alimentar, as medidas murinométricas, a glicemia de jejum e o teste oral de tolerância à glicose. Após o período experimental de 8 semanas, os animais foram eutanasiados e amostras de sangue foram coletadas para posterior análise metabolômica do soro. Amostras das mandíbulas, fígados e rins também foram coletadas e analisadas. As dimensões de área e volume das lesões periapicais foram calculadas utilizando imagens de microtomografia computadorizada. Após o processamento histológico, amostras da hemimandíbulas, fígados e rins foram submetidas a coloração com hematoxilina e eosina para avaliação histopatológica. Os dados não-paramétricos foram analisados pelo teste de Kruskal-Wallis seguido do dos pós-testes de Student Newman-Keuls ou Mann-Whitney (teste Wilcoxon Rank-Sum), enquanto os dados paramétricos utilizaram o ANOVA oneway seguido do pós-teste de Tukey ou o teste t independente. O nível de significância foi estabelecido em 5%. Os grupos que receberam frutose (FRUT e FRUT+PA) tiveram maior ingestão de líquido (p<0,05) e mostraram ganho significativo de peso, comprimento, circunferência abdominal e glicemia quando comparados aos grupos C e PA (p<0,05), evidenciando o desenvolvimento da síndrome metabólica. Também foram observadas diferenças significativas nos níveis dos metabólitos glicose, alanina, glutamina, lipídio I, valina, histidina, lactato, valerato, ácido graxo, lipídio III e fenilalanina nos grupos FRUT e FRUT+AP. Contudo, não houve diferença significativa no volume e área das lesões periapicais dos grupos PA e FRUT+PA (p=0,1048; p=0,7494, respectivamente), analisados por micro-CT. Todos os animais submetidos ao acesso pulpar (PA e FRUT+PA) apresentaram resposta inflamatória nas áreas da lesão periapical. Foram observadas áreas de infiltrado inflamatório em região apical da raiz e pequenas áreas de necrose e microabscessos nos grupos PA e FRUT+PA. A observação histopatológica hepática revelou existência de células de Kupffer nos sinusóides no grupo PA, e nos grupos FRUT e FRUT+PA observou-se a presença de microesteatose. A análise renal demonstrou dilatação do espaço de Bowman no grupo PA, e túbulos distais e corpúsculos renais alterados exibindo espaço de Bowman e glomérulos retraídos foram observados no grupo FRUT+PA, quando comparados ao grupo C. Em conclusão, constatou-se que a síndrome metabólica não influenciou a progressão da periodontite apical em ratos Wistar. Por outro lado, observou-se que a periodontite apical agravou o estado sistêmico afetado pela síndrome metabólica, resultando em alterações nos tecidos hepáticos e renais, assim como nos níveis de metabólitos. |