Prevalência de periodontite apical em pacientes com câncer de cabeça e pescoço

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, Aline Gouvêa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23156/tde-26102021-100713/
Resumo: A periodontite apical (PA) é a inflamação do periápice do dente em resposta à infecção do canal radicular. Trata-se de um importante foco infeccioso de origem bucal, que pode acarretar sérias complicações à saúde geral dos pacientes. A literatura apresenta muitos estudos sobre a PA na população em geral; porém é escassa quanto aos pacientes com doenças crônicas. Em virtude do alarmante crescimento anual de novos casos de câncer de cabeça e pescoço (CCP) no mundo e considerando que a PA nos pacientes oncológicos está diretamente ligada, não somente às complicações acima citadas, como também ao risco de osteorradionecrose, julgamos importante avaliar a prevalência de PA nos pacientes com CCP. Realizou-se estudo retrospectivo, através da análise de radiografias panorâmicas digitais e prontuários de pacientes com CCP (grupo CCP) da Odontologia do Hospital Heliópolis e de pacientes normo-reativos, sem histórico de doenças crônicas (grupo NR) da Faculdade de Odontologia da Universidade Santa Cecília, mediante prévia aprovação dos Comitês de Ética em Pesquisa. As radiografias foram examinadas por 2 endodontistas experientes e, as imagens, classificadas em normal e alterada, de acordo com o Critério de Strindberg (1956). O teste Kappa foi utilizado para a análise de concordância entre os avaliadores quanto à presença/ausência da PA nos grupos estudados (k=0,96). Para a análise estatística, foi utilizado o software GraphPad Prism 7 (P<0,05) e o teste Qui-Quadrado com correção de Yates (=0,05). Foram avaliados 281 pacientes no grupo CCP (4391 dentes) e 144 pacientes no grupo NR (3094 dentes). O sexo masculino foi predominante no grupo CCP (86,13%). A média de idade para os grupos CCP e NR foi de 58,29 e 47,27 anos, respectivamente. O tipo histológico mais comum foi o CEC (92,5%) e a localização mais frequente, a cavidade oral (38,43%). Sinais radiográficos de PA foram encontrados em 16,19% dos dentes do grupo CCP e 9,02% dos dentes do grupo NR (p<0,0001). Quanto aos dentes não-tratados, a prevalência de PA foi de 15,90% para o grupo CCP e 7,02%, para o grupo NR (p<0,0001). O percentual de dentes tratados endodonticamente foi significativamente maior (p<0,0001) no grupo NR (8,5%) comparado ao grupo CCP (3,05%). Diante dos resultados observados, podemos concluir que a maior prevalência de PA nos pacientes com neoplasias malignas de cabeça e pescoço está associada à condição de saúde oral desfavorável presente previamente ao diagnóstico do CCP.