O uso da Comunicação Alternativa e Ampliada por pessoa com deficiência múltipla e prejuízo severo de fala na Educação de Jovens e Adultos: um estudo de caso
Ano de defesa: | 2010 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10300 |
Resumo: | Fatores neurológicos, físicos, emocionais e cognitivos impedem uma em cada duzentas pessoas de comunicar-se oralmente (ASHA, 1991). Com o advento da inclusão na educação, alunos com prejuízos severos da comunicação associados a transtornos globais do desenvolvimento ou deficiências (sensoriais, intelectual, locomotora) são cada vez mais frequentes nas escolas regulares. Este fato revela a necessidade de utilização de sistemas de Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) que garantam-lhes o direito à livre expressão. Esta pesquisa utilizou a metodologia estudo de caso intensivo (KAZDIN, 1982), que possibilitou: a) identificar interações, formas e funções comunicativas utilizadas por Magali (aluna da Educação de Jovens e Adultos, com 37 anos e prejuízos severos da fala e motores, sequelas de paralisia cerebral) com os interlocutores constituintes de sua turma; b) avaliar o efeito introdutório da CAA nas interações de Magali em sala de aula e em narrativas de vídeos em sua casa. A observação das interações comunicativas escolares de Magali constituiu passo inicial no processo de busca de recursos mais adequados e favoráveis à expressão clara e objetiva de seus sentimentos e pensamentos. Foram desenvolvidos: o Estudo I (identificou e descreveu as formas comunicativas presentes nas interações de Magali com seus interlocutores antes e durante a introdução do sistema de CAA de baixa tecnologia) - composto de 18 sessões de 30 min. cada, divididas em três fases: Linha de Base (Observação livre das interações dos partícipes em sala de aula); Ensino I (Introdução do sistema de CAA com Magali); e Ensino II (Aplicação lúdico-pedagógica do sistema de CAA com toda turma. As variáveis mensuradas foram: episódios efetivados e não efetivados, iniciativas e respostas interacionais, modalidades ou formas comunicativas, temas dos episódios interativos e funções comunicativas); o Estudo II (desenvolvido durante seis sessões de 15 min. cada, descreveu narrativas realizadas por Magali utilizando o sistema de CAA em sua residência). No Estudo I, Magali utilizava predominantemente a modalidade comunicativa expressão facial, e, após a introdução do Sistema de CAA, a vocal, com aumento das iniciativas interacionais entre ela e seus interlocutores. Nas duas primeiras fases do Estudo I predominaram as iniciativas interacionais verbais utilizadas pelos interlocutores com Magali, e esta utilizou a modalidade comunicativa simbólica (pictogramas) ao responder às iniciativas interacionais docentes, estendendo o episódio comunicativo. Destacou-se a utilização do sistema simbólico em episódios interacionais iniciados por Magali com seus interlocutores, por clarificar suas intenções comunicativas, encorajar suas interações, ampliar suas emissões vocais e verbais, aumentando consideravelmente as iniciativas mistas (uso de mais de uma modalidade comunicativa de expressão: vocal, verbal, expressão facial etc), principalmente durante a realização de atividades lúdico-pedagógicas. Antes da introdução do sistema simbólico predominavam as temáticas interacionais interpessoal e pedagógica. Após sua introdução, em atividades lúdico-pedagógicas na fase de Ensino II, as temáticas mais frequentes foram a lúdico-pedagógica e a pedagógica, quando ampliaram-se os episódios interacionais. Após a introdução do sistema simbólico, a maioria das funções comunicativas aumentou, com incidência de: Pedido de informação, e Resposta a pedido de informação na fase Ensino I. Na Linha de Base era Comentário. O reconhecimento da importância de utilização do álbum de comunicação foi constatado inclusive pelos alunos sem deficiência e não alfabetizados, por possibilitar-lhes compreensão da mensagem pictográfica efetuada por Magali e posterior atendimento à sua solicitação. No Estudo II, as estratégias usadas pela interlocutora de Magali durante as narrativas de vídeo foram: clarificação, incentivo ao relato e comentário, seguidos de incentivo ao uso de comunicação multimodal e síntese. Merece destaque Magali ter expressado necessidade de utilização do sistema de CAA, ao solicitar o Plano Inclinado contendo os pictogramas, para auxiliá-la nesta fase |