Qualidade de vida de usuários transexuais atendidos em ambulatório de um hospital universitário no nordeste do Brasil
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20961 |
Resumo: | A assistência à saúde da população de Lésbicas, Gays, Bissexuais,Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBTTT), no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), detém necessidades específicas, tanto de qualificação dos profissionais da equipe de saúde, quanto das portas de acesso ao atendimento nos diversos níveis de atenção. O objetivo do estudo foi avaliar a qualidade de vida (QV) dos usuários transexuais acompanhados no ambulatório de sexualidade e gênero do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA) e de analisar a percepção que têm sobre a vivência da transexualidade. Para tal, foi realizado um estudo misto quanti e qualitativo, entre março de 2018 a dezembro de 2021. Para a coleta dos dados na etapa quantitativa foram utilizados três questionários: um com dados de identificação, sociais e demográficos, outro da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, para a classificação econômica; e o terceiro, o WHOOQL-Bref, para mensuração da QV, da Organização Mundial de Saúde, todos analisados a partir do programa estatístico SPSS 21.0®. Na etapa qualitativa, coleta aatravés de entrevistas individuais com roteiro de perguntas abertas sobre a QV e transexualidade. Os dados foram gravados, transcritos na íntegra e submetidos à Análise de Conteúdo. Entrevistamos 71 indivíduos, sendo a maioria entre 18 e 26 anos (67,6%), com ensino médio completo (71,8%), solteiros ( 76,1%), desempregados (54,9%), residentes na capital do estado (63,4%), pardos (57,7%) e de classe social D a E (50,7%). Foram observados baixos índices de QV, com pior resultado para os Domínio Psicológico (12,5%) e Meio Ambiente (37,5%), sem significado estatístico para diferenças entre homens e mulheres trans. No estudo qualitativo, foram evidenciadas três categorias temáticas: descobrindo a transexualidade: trans(formação) e identidade; o direito de existir: obstáculos à cidadania; e transformação corporal: sentimentos envolvidos na busca do corpo desejado e socialmente aceito. Para os participantes a transexualidade é entendida como um processo complicado e difícil, que gera sentimentos diversos como felicidade, medo e vergonha. A percepção da identidade de gênero, diferente do sexo biológico, ocorre desde a infância, o que provoca sofrimento nas relações sociais e dificuldades em ter seus direitos respeitados. Viver a transexualidade significa poder existir enquanto indivíduo único e para a garantia deste direito é necessário aprofundar o debate sobre a sexualidade de pessoas trans. Concluiu-se que a vivência da transexualidade está associada à sofrimento e à baixa QV. Fica clara a necessidade de se ampliar discussões sobre sexualidade e gênero em caráter multidisciplinar, de políticas públicas que fomentem ações institucionais/ locais, e de fortalececimento das redes de apoio a populações vulneráveis |