Contribuições do teste de AVD-Glittre em adultos com fibrose cística: um estudo longitudinal observacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Abelenda, Vera Lucia Barros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23002
Resumo: Introdução: Fibrose Cística (FC) é uma doença autossômica recessiva causada por mutações no gene cystic fibrosis transmembrane conductance regulator (CFTR). Avanços no diagnóstico e tratamento proporcionaram aumento na sobrevida, após a terapia moduladora altamente eficaz (TMAE). O teste de avaliação das atividades de vida diária (TGlittre) tem grande potencial para uso clínico, visto que utiliza tarefas semelhantes às atividades de vida diária (AVDS). Objetivos: Avaliar a performance de adultos FC para realizar o TGlittre comparando-o com o Teste de caminhada de seis minutos (TC6’). Objetivos específicos: correlacionar os resultados de ambos os testes com a função pulmonar, e qualidade de vida relacionado a saúde (QVRS); avaliar a associação da atividade física (AF) e fisioterapia respiratória (FR) com força muscular respiratória (FMR), tempo de TGlittre, DTC6' e QVRS. Metodologia: O primeiro estudo, avaliou 34 adultos FC, comparando-os com 34 sujeitos de um grupo controle (GC). Foram avaliados: TGlittre, TC6, PFP, FMR, força de preensão manual (FPM) e QVRS através do Cystic Fibrosis Questionnaire-Revised (CFQ-R). Resultados: No TGlittre, 25 (73.5%) pacientes FC e 10 (29.4%) do GC ultrapassaram um tempo >120% em relação ao previsto. No TC6, 14 (41.2%) pacientes FC e 10 (29.4%) participantes do GC percorreram uma distância <80% em relação ao previsto. O segundo TGlittre foi comparado ao primeiro TGlittre, houve queda no tempo total tanto para FC (p<0.0001) quanto para o GC (p=0.0001). O tempo TGlittre se correlacionou com a DTC6 (rs=-0.641, p<0.0001), FPM (rs=-0.364, p=0.034), SpO2 (rs=-0.463, p=0.006) e digestive symptoms do CFQ-R (rs=0.376, p=0.028). O TGlittre foi menor nos pacientes que faziam atividade física habitual (AFH) (3.10 (2.49–3.39) min vs. 3.28 (2.95–3.53) min, p=0.016). O segundo estudo com 24 pessoas com FC. As medidas foram tomadas no baseline (T1) e após 1 ano (T2). A mediana do índice de massa corpórea (IMC) aumentou significantemente entre T1 e T2 [19.8 (18–24) kg/m2 para 21.4 (19–24) kg/m2 (P = 0.038). Houve redução significante no TGlittre tanto em relação aos valores absolutos [3.10 (2.52–3.39) vs. 2.40 (2.00–3.00) min, P = 0.001] quanto aos previstos [127 (116–150) vs. 108 (102–140) % predito, P = 0.001]. A DTC6 aumentou em relação aos valores absolutos [545 (463–654) vs. 617 (540–658) m, P = 0.041]. A AFH mostrou aumento FPM entre T1 e T2 (P = 0.031). A FR aumentou o domínio treatment burden do CFQ-R entre T1 e T2 (P = 0.049). Conclusões: O TGlittre pareceu ser mais eficaz que o TC6 para detectar limitações no esforço. Há relação do desempenho no TGlittre com TC6, FPM, nível de AFH. Em adultos FC, os testes de campo são boas ferramentas para capturar as alterações longitudinais. Houve ganho no IMC. Ademais, há interrelação entre AFH e FPM e, entre FR e QVRS.