Avaliação do efeito de organismos epifilicos no processo de decomposição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Almeida, Lidiane Cordeiro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5884
Resumo: Epifilas são organismos (e.g., fungos, líquens, briófitas) frequentemente encontrados em florestas tropicais crescendo sobre folhas. Os efeitos positivos e negativos sobre a planta hospedeira ocorrem em diferentes níveis hierárquicos que vão desde o nível foliar até individual. Apesar da importância dos efeitos para o hospedeiro, a compreensão de seus papéis como um possível mediador de processos ecossistêmicos permanece escassa. Epifilas necessitam de um microclima úmido para o seu estabelecimento e, portanto, a capacidade da folha de repelir água de fontes externas (i.e chuva e neblina) pode influenciar a suscetibilidade das folhas à colonização. Em contrapartida, ao colonizarem as folhas as epífilas podem alterar características relacionadas à molhabilidade foliar. Por exemplo, a alta capacidade de hidratação das briófitas pode resultar em folhas super hidrofílicas, enquanto a ocorrência de liquens pode resultar em folhas hidrofóbicas devido à produção de substâncias hidrofóbicas. Esses efeitos sobre a molhabilidade das folhas podem levar a consequências para o processo de decomposição após sua senescência da folha, no entanto, esses efeitos permanecem não testados. Este trabalho teve como objetivo a avaliação da contribuição relativa das epifilas briófitas e liquens sobre as taxas de decomposição do folhiço em decorrência da influência na repelência hídrica foliar. Propomos a seguinte hipótese: a presença de briófitas nas folhas proporcionará uma maior hidratação e maiores taxas de decomposição, folhas com liquens serão mais hidrofóbicas o que resultará em menores taxas de decomposição, em comparação a folhas sem colonização. Para testar esta hipótese, realizamos experimento com microcosmos contendo 1g de folha em quatro tratamentos (briófita, líquen, sem colonização e remoção) com seis espécies de plantas que foram encubados em câmara climática durante dez semanas. O material foliar foi borrifado com água a cada 48 horas para substituir a água evaporada e manter as condições favoráveis à decomposição. No final do experimento, o material em decomposição foi coletado e seco. A perda de massa percentual foi calculada como uma medida de decomposição. A repelência hídrica foliar para cada tratamento foi obtida através do ângulo de contato entre uma gota de água e a superfície da folha. A hipótese testada foi parcialmente aceita. Não houve efeito dos liquens sobre a repelência hídrica, a presença de briófitas exerceu efeito sobre a repelência hídrica, ao tornar as folhas super hidrofílicas. As taxas de decomposição diferiram apenas entre o tratamento com briófitas e sem colonização. Este resultado sugere que o efeito das epifilas não pode ser previsto a partir das formas de vida briófitas e líquens em função da alta heterogeneidade de características relacionadas à habilidade de absorver água e a variação da decomposabilidade dentro dos grupos. Neste sentido, para um melhor compreensão dos efeitos das epifilas sobre a decomposição é necessário considerar as características funcionais destes organismos e a diversidade funcional da filosfera.