Aqui só se anda com cria : o movimento associativo, as relações políticas e a implementação da Unidade de Polícia Pacificadora na Mangueira
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10229 |
Resumo: | A implementação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em algumas favelas da cidade do Rio de Janeiro, tem, de alguma maneira impactado seu cotidiano. Nesse trabalho será apresentada uma primeira análise das formas do associativismo na favela da Mangueira, a partir da instalação da UPP. Desde então, as relações políticas e formas associativas da favela passaram a se articular com a Polícia Militar, referência de violência e abuso de poder para a população favelada. O trabalho teve início a partir da atuação como gestor público na UPP Social na favela da Mangueira. Buscando compreender as novas dinâmicas locais, ou seja, como os arranjos comunitários, políticos e sociais seriam impactados de forma direta pela entrada da UPP, procuramos, inicialmente, construir uma espécie de etnografia retrospectiva desse associativismo na Mangueira. Perpassando pela história de formação das favelas, fizemos o esforço de reconstruir um pouco da história da favela em questão, priorizando as formas de ações coletivas, os encontros comunitários e a formação de lideranças que organizavam o movimento social na favela. Com uma abordagem etnográfica realizada a partir de uma imersão na Mangueira de cerca de um ano e meio, procuramos restituir o significado desse processo a partir do ponto de vista dos distintos atores sociais nele envolvidos. Os resultados encontrados na pesquisa seguem em duas conjunturas claras com a chegada da UPP, em relação ao associativismo local. A primeira diz respeito ao ordenamento e a legalidade originada pela ideia da presença permanente do Estado. A UPP da Mangueira tenta redefinir a ordem local, interferindo diretamente na vida do morador. Para muitos moradores, a UPP pretende se colocar no lugar do tráfico, apesar da ressalva de que tais grupos permanecem na favela controlando de forma velada todas as ações. A regulação dos espaços na favela interfere nos arranjos locais e nas relações dentro da favela. A outra conjuntura é a perda do controle dos acessos, que mexem transversalmente nas relações das associações de moradores e no grupo político local (PMDB Comunitário) ligado ao deputado Chiquinho da Mangueira. O papel das associações de moradores, de forma bem semelhante, parece ter perdido o seu protagonismo na organização e atendimento das demandas locais para a UPP. Mesmo sendo central nas relações da favela da Mangueira, a chegada de outros atores via UPP trouxeram uma nova dinâmica a essas relações políticas e formas associativas, à qual as lideranças locais tiveram que se ajustar. |