“Isso não pode ser normal”: a vida em favela sob o olhar de um corpo em desalinho
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17213 |
Resumo: | O presente trabalho parte de inquietações sobre o modo de olhar para a favela como lugar do perigo e da incapacidade. As referências que fundamentam a pesquisa levam ao encontro entre a favela e o meu corpo desalinhado/definido como deficiente. Dentre as análises construídas, destaco os processos de racismo e preconceito que são produzidos subjetivamente e que segregam, excluem e matam pessoas e suas potências. Problematizo o modo como essa subjetivação do diferente, associada às técnicas de controle biopolítico, constrói os estereótipos do incapaz, do perigoso, do inimigo, do matável. Assim, parto de um tripé de anormalidades que me compõe: uma pessoa com deficiência, nordestina e que estuda a / trabalha na favela. Esses três platôs, atravessados de forma rizomática por processos de racismo, indiferença e preconceito, conduzem a discussão das formas de produção do sujeito favelado enquanto ameaça à segurança da população. Trazendo conceitos propostos por Michel Foucault e Achille Mbembe, ponho em análise o modo como têm sido historicamente construídos os inimigos sociais, que passam a ser pessoas temidas e criminalizadas. Apresento alguns acontecimentos que podem ser tomados como analisadores das mecânicas de governamentalidade, do uso da violência como política de Estado, da normalização e da implementação de políticas racistas e de segregação social. Com cenas da vida diária da cidade do Rio de Janeiro problematizo as operações militarizadas por parte do Estado em territórios de favela e seus efeitos como parte de um discurso de proteção. Por fim, discuto os efeitos de insurgência a partir da análise de algumas experiências de mobilização comunitária de moradores de favela que representam a luta daquelas pessoas para sobreviver às violências e manter vivas as suas potências. |