Resiliência da enfermeira diante da variabilidade do trabalho em terapia intensiva
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11467 |
Resumo: | O objeto de investigação deste estudo é a resiliência da enfermeira intensivista frente a situações de variabilidade do trabalho em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Os objetivos foram: caracterizar o entendimento das enfermeiras intensivistas sobre sua relação com o trabalho no cenário da Terapia Intensiva; discutir os fatores motivadores da permanência das enfermeiras intensivistas no trabalho em Terapia Intensiva; e analisar os fatores protetores relacionados à resiliência das enfermeiras intensivistas os quais favorecem a manutenção da saúde diante do contexto da Terapia Intensiva. Como suporte teórico foram abordados conceitos e pressupostos relacionados à variabilidade e à resiliência, contextualizando-os no mundo do trabalho da Terapia Intensiva. O estudo apoiou-se nas concepções de psicodinâmica do trabalho desenvolvidas por Dejours, buscando compreender dialeticamente as vivências do sofrimento-prazer advindos do trabalho, assim como os fatores construtores da resiliência. Pesquisa qualitativa e descritiva, com abordagem dialética, desenvolvida num Centro de Terapia Intensiva (CTI) de um hospital da rede privada de saúde no município do Rio de Janeiro, após aprovação por seu Comitê de Ética em Pesquisa. Os sujeitos foram 10 enfermeiras intensivistas em atuação neste CTI há pelo menos um ano. Os instrumentos de coleta foram entrevista semi-estruturada, diário de campo e Escala de Resiliência, aplicados entre Junho/2008 e Agosto/2008, com assinatura prévia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O método de análise caracterizou-se na análise de conteúdo, evidenciando três categorias: perfil das enfermeiras no cenário da Terapia Intensiva; do sofrimento ao prazer: o sentimento dialético da enfermeira intensivista; e a resiliência da enfermeira intensivista: fatores protetores da saúde. Os resultados evidenciaram que as enfermeiras intensivistas apresentam um perfil de afinidade com situações limite, gostam de desafios e superá-los resulta em prazer. São dinâmicas, sentem-se satisfeitas ao lidarem com aparatos tecnológicos, gostam de estudar, aprender e ensinar. Estas profissionais possuem, também, uma auto-estima elevada por estarem inseridas no contexto da Terapia Intensiva. Verificou-se que os fatores determinantes do prazer e da satisfação vivenciados pelas enfermeiras também proporcionam o sofrimento e o desgaste, reforçando as múltiplas situações dialéticas que envolvem o mundo do trabalho. Constatou-se que as enfermeiras são resilientes frente às características das UTIs, destacando-se a variabilidade inerente deste ambiente de trabalho. Alguns fatores protetores foram apreendidos, os quais ajudam a garantir a resiliência das enfermeiras, destacando-se à prática de esporte, lazer regular, convívio com amigos e familiares, bom relacionamento com os colegas de trabalho, alimentação adequada, atenção aos aspectos espirituais, além de estarem inseridas numa organização de trabalho que valoriza a dimensão subjetiva do trabalhador e reconhece o esforço do mesmo. Com isto, considera-se que o objeto de estudo foi apreendido e que os objetivos foram atingidos. Sugerem-se novas pesquisas que tenham como objeto, por exemplo, a correlação entre fatores de risco, fatores protetores da resiliência frente à variabilidade, ampliando o foco de investigação para toda a equipe de enfermagem. |