Para uma construção normativo-realista do pragmatismo de C. S. Peirce
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17295 |
Resumo: | O objetivo desta tese é construir o crescimento da idéia de normatividade na filosofia de C. S. Peirce. O valor das ciências normativas surgiu no final de sua vida, embora suas raízes possam ser traçadas desde o início (década de 1860). O método utilizado neste trabalho é diacrônico; a interpretação assume o caráter coerente e crescente do pensamento de Peirce; e o problema da lógica é tomado como um fio condutor. A Introdução prepara o palco: expõe o plano de trabalho, indica a linha de interpretação assumida e o método utilizado. O Capítulo 1 explora o “cipoal do pragmatismo” – ou seja, esse intrincado campo de ramos no qual esta escola de pensamento está ironicamente perdida. Este cipoal é desenhado para ser em seguida abandonado. O Capítulo 2, “As raízes sociais da lógica”, aborda a teoria inicial da cognição de Peirce e sua proposta de que a lógica e a ciência estão baseadas no “princípio social”. Exploram-se as idéias de continuidade, natureza inferencial do pensamento, homem-signo, socialismo lógico, incognoscibilidade, falibilismo e sinequismo. Explora-se a concepção idealista de Peirce acerca da verdade (como Opinião Final) e sua passagem da comunidade à realidade. O objetivo é indicar que as idéias de sociabilidade e realidade misturam-se na base do raciocínio lógico de Peirce. O Capítulo 3 avança em direção ao chamado “Lado prático da lógica”, e apresenta a definição ativa da crença de Alexander Bain; o tratamento que Peirce lhe dá em vista do problema da fixação; e a proposta da Máxima Pragmática. A idéia central deste capítulo é o surgimento de uma concepção intencional da crença (via Bain), a qual mais tarde aparece como um indício para as idéias de autocontrole e propósito e para o caráter normativo da lógica. O Capítulo 4, “Da lógica à ética à estética”, desenha a evolução do pensamento de Peirce acerca da ética desde uma forma de conhecimento “inútil” na segunda metade da década de 1890 até um tema filosófico de maior envergadura na década de 1900. Pretende-se mostrar como suas distintas posições parecem relacionar-se com sua teoria das categorias. Enquanto uma abordagem diacrônica será necessária para corrigir os frequentes esforços em resolver as inconsistências da teoria moral de Peirce, uma abordagem categórica torna-se essencial para perceber a sua coerência interna e dar suporte à tese de que Peirce mudou de uma posição nominalista para uma concepção realista no campo da ética. Depois de uma descrição introdutória da teoria das categorias, entra-se na análise do desenvolvimento das concepções de Peirce acerca da ética. Busca-se oferecer, com a ajuda do diagrama de Peirce das formas degeneradas da Terceiridade, uma abordagem sub-categórica da concepção “triádica” do ideal normativo de Peirce. Conclui-se que a versão original do pragmatismo de Peirce não permite interpretações individualistas e nominalistas, e que há indicações realistas à idéia de normatividade desde cedo em sua filosofia. A arquitetônica de Peirce fornece uma teleologia realista contínua em direção ao conceito de possibilidades reais em constante desenvolvimento. |