Associações entre desempenho cognitivo, força de preensão manual e alterações vasculares em indivíduos idosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mansano, Cláudia Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19692
Resumo: A saúde cardiovascular e cerebral global são importantes para que os idosos tenham uma vida independente. Tanto o envelhecimento quanto a hipertensão estão associados à redução do desempenho cognitivo. O envelhecimento leva a uma redução da reserva fisiológica em diferentes sistemas, corroborando com um acentuado declínio no desempenho físico e cognitivo. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre força máxima de preensão manual (FPM) e o desempenho cognitivo em idosos, e, num segundo momento, avaliar o envelhecimento como fator para alterações específicas no desempenho cognitivo, na força de preensão manual, função vascular e suas correlações. Idosos (n=90), com idade >60 anos, foram submetidos à avaliação do desempenho cognitivo por meio do mini exame do estado mental (MEEM), dos subtestes de Wechsler Adult Intelligence Scale 3rd Edition e dos testes Trail Making Tests A/B (TMT-A/B). A FMP foi medida usando um protocolo padronizado com um dinamômetro validado. Os participantes foram divididos em grupos de baixa (BFP) e alta força de preensão manual (AFP), de acordo com a mediana da FMP, diferente para mulheres e homens. Num segundo momento, foram subdivididos de acordo com a faixa etária: 60-69 anos (idoso-jovem), 70-79 anos (idoso) e ≥80 anos (muito idoso). Os indivíduos foram submetidos a testes cognitivos, medidas da força de preensão manual (FPM) e hemodinâmica central por tonometria de aplanação (Sphygmocor) e velocidade da onda de pulso (VOP; Complior-SP). Não foram observadas diferenças em anos de escolaridade, valores antropométricos e prevalência de hipertensão e diabetes. Embora o MEEM tenha sido semelhante entre os grupos, o subteste de fluência verbal foi menor e o TMT-B foi maior no grupo BFP. A mudança imediata na pressão arterial sistólica antes e após a preensão manual foi inversamente correlacionada com o subteste de compreensão e positivamente correlacionada com o TMT-B. As médias de idade dos grupos etários foram 65±4, 74±3 anos e 83±3 anos, respectivamente. A pressão sistólica foi semelhante, mas a diastólica foi menor no grupo muito idoso (76±9 vs 75±8 vs 68±8 mmHg, P=0,002). A VOP normalizada pela pressão foi mais alta nos grupos idoso e muito idoso (8,8±1,9 vs 10,5±2 vs 11,1±4,9 m/s, P=0,002). Na hemodinâmica central, apenas o aumento de pressão (AP; 22±10 vs 23±11 vs 35±33 mmHg, P=0,032) foi maior no grupo muito idoso. Este grupo muito idoso apresentou menor escore de compreensão e maiores escores Trail Making Tests A e B. Na regressão linear múltipla, a idade foi independentemente associada ao teste de compreensão (β=-0,27, P=0,006), FPM (β=-0,27, P=0,003), VOP-normalizada (β=0,24, P=0,008) e AP (β=0,23, P=0,008). Os idosos com BFP apresentaram déficits cognitivos específicos, relacionados à alteração imediata da pressão arterial sistólica. Medidas da força de preensão manual podem ser úteis na triagem de baixo desempenho cognitivo. Os marcadores de envelhecimento vascular na população mais idosa parecem ser cuidadosamente identificados. A VOP-normalizada e AP parecem ser indicadores mais confiáveis e testes mais específicos podem indicar declínios cognitivos mais precoces.