A abordagem familiar e comunitária na Saúde da Família: desvelando contradições e construindo mediações críticas
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Serviço Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20350 |
Resumo: | A presente tese tem como objetivo analisar a abordagem familiar e comunitária na Saúde da Família no contexto da disputa hegemônica entre projetos de sociedade e saúde no Brasil. Apontada pelo Ministério da Saúde como estratégia para mudança do modelo assistencial, a implantação da Saúde da Família, em um cenário de políticas focalizadas, passa a exigir a formulação de recursos instrumentais para abordagem e intervenção junto às famílias e à comunidade. A pesquisa foi orientada pela hipótese de que a abordagem familiar e comunitária retoma perspectivas conservadoras. Para a problematização da temática, tomamos como referencial o método crítico-dialético. A apreensão do objeto de pesquisa foi realizada a partir de pesquisa bibliográfica, com uma análise sócio histórica, a partir de referências da Teoria Social, da Saúde Pública e Coletiva e do Serviço Social, que tratam dos temas capitalismo, saúde, família, comunidade. Objetivamos compreender como se organizou a política de saúde diante das demandas do capitalismo e como se configurou o atendimento à família e à comunidade em diferentes momentos históricos. Num segundo momento, analisamos o material didático de cursos de especialização em Saúde da Família, disponibilizado pelos espaços de formação da UNA-SUS, por meio eletrônico, publicado entre 2009 e 2016, ofertados pelas seguintes universidades: UERJ, UNIFESP, UFMG, UFMA, UFMS, UFSC. A análise do material foi realizada a partir do reconhecimento do conteúdo, sistematização dos dados e análise dos resultados através dos eixos: concepção saúde e doença, política de saúde, processo de trabalho, educação em saúde, família, comunidade e instrumentos de abordagem. Na construção histórica da política de saúde, a família e a comunidade têm sido espaços para a reprodução de lógicas de controle e ajustamento social, por meio de práticas higienistas, campanhistas, desenvolvimentistas, mas também mobilizadoras da luta pela saúde como direito. Na disputa hegemônica entre projetos na saúde, a Saúde da Família expressa o transformismo de grupos da Reforma Sanitária, reafirma o movimento de racionalização do SUS e evidencia a tendência de valorização do enfoque psíquico em detrimento do social. Como pode-se observar no conteúdo dos cursos, a abordagem familiar e comunitária é construída a partir de referências sistêmicas, funcionalistas, fenomenológicas e pós-modernas, que desde a década de 1970 são questionadas no âmbito do Serviço Social brasileiro. No contexto da contrarreforma reafirmam a lógica da subjetivação da vida social, do empoderamento, da transferência de responsabilidades, da responsabilização pela proteção social por meio do cuidado, da individualização e consequente culpabilização pelas condições de vida e de saúde. |