Comunidade quilombola São Pedro de Cima (MG): arenas político-pedagógicas e seus sujeitos

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: Leopoldo, Dayana Francisco
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores; BR; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais
• Palavras-chave em Português: São Pedro de Cima; Territorio; Movimento Negro Avura; Educación Quilombola y Currículo; Território; Educação Quilombola e Currículo; CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10026

Nos últimos anos, é crescente a disputa por e sobre debates que envolvam as questões raciais. Diante desta demanda, são disputados campos epistemológicos e práticos; grupos sociais e movimentos representativos se fazem presentes e trazem para o cotidiano suas necessidades de representatividade nos campos político, social, cultural, econômico e formativo da sociedade. Dentro desse conjunto, estão presentes territórios, formação e manutenção destes e processo de escolarização legítimo. O processo de escolarização em territórios quilombolas vem sendo disputado através da educação quilombola, uma educação diferenciada, um processo de educação disputado, ou seja, que seja orientado a partir da luta e formação de seus territórios, a qual reverencie e coloque como ponto central a disputa e a legitimidade desses. Diante desta perspectiva, a comunidade quilombola de São Pedro de Cima, localizada em Divino, no estado de Minas Gerais, tem na história de formação territorial várias nuances e fatores externos que farão com que o processo educacional, identitário, e a manutenção do território sejam cada vez mais disputados. É importante ressaltar que existe uma grande quantidade de artigos, monografias e dissertações já apresentada sobre este local. Trabalhos que trazem como ponto central: agricultura familiar, questões ambientais e formação do território. Durante a escrita desta dissertação, foram colocados como mote central fatores que levam à formação das arenas e dos sujeitos que disputam desde a formação do movimento negro local até seus momentos atuais. Foram contempladas a investigação sobre o processo de formação da escola e a disputa sobre ela, pontuando os momentos em que sujeitos durante alguns momentos se inserem ante a conquista da Escola Municipal Lia Marta afim de apontar as necessidades de representatividade nos bancos escolares. Com relação a este processo formativo, são apresentados objetos e instrumentos a serem disputados e tensionados - o currículo escolar é um destes elementos que foram ressaltados na pesquisa e aparece como um objeto central desta disputa. O currículo, enquanto um objeto orientador de práticas, é a todo momento disputado pelo movimento negro e seus membros para que sejam contemplados conteúdos que auxiliem seus sujeitos a compreenderem o processo de formação deste território. Atualmente, a sociedade brasileira vem passando por momentos de tensões políticas, com medidas e ações que podem interferir no diálogo dentro dos movimentos sociais, colocando um novo quadro político para ela própria, o qual irá interferir na condição escolar destes territórios e na condição da classe trabalhadora de escolas e universidades. Este momento delicado dificulta a articulação de movimentos sociais. Não muito diferente ocorre com o Movimento Negro Avura, que enfrenta um processo de cooptação tanto pela Prefeitura Municipal de Divino quanto pela Mineradora Samarco S/A, que oferece pequenos benefícios ora para o movimento como um todo, ora cooptando individualmente. Esses apontamentos puderam ser evidenciados durante entrevista semiestruturada, conversa informal, artigos, monografias e dissertações apresentados sobre este território quilombola. Para a apresentação dos resultados, os dados foram analisados a partir de orientações metodológicas qualitativas.