Resposta ao estresse oxidativo nos patógenos emergentes Sporothrix schenckii stricto sensu e Sporothrix brasiliensis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Ivy Ortega Medeiros Zanon da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12674
Resumo: Até a última década, Sporothrix schenckii era conhecido como único agente etiológico da esporotricose. Em 2007, foi descrito que existiam pelo menos mais três espécies crípticas patogênicas formando o complexo Sporothrix schenckii. No Estado do Rio de Janeiro, Sporothrix schenckii stricto sensu e Sporothrix brasiliensis representam as duas espécies epidemiológicas relevantes, sendo a última associada à transmissão zoonótica da esporotricose por felinos, que já atinge toda a região Sul/Sudeste. Um dos aspectos relevantes nas micoses é compreender como os patógenos fúngicos podem sobreviver no hospedeiro utilizando mecanismos de evasão ao sistema imune inato. Uma das estratégias fungicidas mais importantes do hospedeiro é a geração de espécies reativas de oxigênio pelas células de defesa. Sabe-se que infecções causadas por S. brasiliensis são mais graves do que as causadas por S. schenckii str. s. O objetivo deste trabalho foi analisar e comparar a capacidade de resistência destas espécias ao estresse oxidativo. Além disso, foram prospectadas algumas das vias de sinalização que participam dessa resposta. S. schenckii str. s. e S. brasiliensis apresentam diferentes susceptibilidades ao estresse oxidativo, uma vez que S. brasiliensis mostra-se mais resistente às condições de estresse por peróxido e menadiona. Foram analisadas e comparadas sequências de genes importantes, componentes das vias de sinalização do fator de transcrição AP-1 e da MAPK Hog1, envolvidos na resposta ao estresse oxidativo em outros fungos, como Candida albicans. Por análise in silico do genoma, observou-se que tanto S. schenckii str. s. quanto S. brasiliensis têm uma sequência ortóloga à AP-1 comparado a outras espécies fúngicas e ainda, que apresentam genes relacionados com proteínas antioxidantes que podem ser reguladas por AP-1. O gene para AP-1 foi sequenciado e a tradução in silico mostrou motivos e resíduos característicos, mas não foi observada diferença na sequência do gene de S. schenckii str. s. e S. brasiliensis, sendo denominados SsAP1 e SbAP1, respectivamente. AP-1 regula enzimas antioxidantes, não sendo também evidenciada diferença na expressão ou atividade de SOD e catalase nestas espécies após o estresse com peróxido de hidrogênio. Foi encontrada uma sequência ortóloga ao gene que codifica Hog1, componente de uma via de MAPK envolvida na resposta ao estresse em fungos. A comparação das sequências de Sporothrix spp. com outros fungos revelou possíveis alterações em S. brasiliensis. Esta alteração putativa pode estar relacionada ao fenótipo de resistência ao estresse oxidativo, demonstrado em S. brasiliensis. Observou-se a fosforilação do motivo TGY de Hog1 de S. schenckii str. s., porém, sem detectar diferenças após o estresse por peróxido. Já em S. brasiliensis não foi possível observar fosforilação de Hog1 em nenhuma condição experimental. Foi proposto um modelo para a regulação de AP-1 e Hog1 em S. schenckii e S. brasiliensis, distinto dos descritos na literatura, com a identificação de uma 1-Cys tioredoxina ou uma 2-Cys peroxiredoxina atípica, envolvidas na regulação de AP-1 e novas histidina quinases-like envolvidas na regulação de Hog1.