Efeito da cafeína na prevenção da paralisia cerebral: revisão sistemática
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18527 |
Resumo: | A Paralisia Cerebral (PC) é a causa mais comum de deficiência física grave na infância sendo a prematuridade um fator de risco significativo para PC. Apesar do tratamento farmacológico da PC ser amplamente estudado, poucas pesquisas correlacionam a administração de compostos neuroprotetores e a melhora dos parâmetros clínicos e a sobrevivência dos pacientes acometidos por essa doença. Entre as substâncias estudadas, a cafeína tem sido associada ao tratamento de distúrbios neurológicos, com potencial aplicação para prevenir a PC, especialmente aquelas cuja origem está em causas peri e pós-natais. O objetivo deste estudo foi revisar sistematicamente os efeitos da cafeína na prevenção da PC. Tendo como critérios de elegibilidade gestantes ou recém-nascidos prematuros em risco de desenvolver lesão cerebral, que fizeram uso de cafeína na forma de citrato de cafeína administrado nos primeiros dias de vida na criança ou exposição da gestante durante o período perinatal, ou administrados em períodos diferentes e comparados entre si. A comparação envolveu: crianças ou gestantes que não receberam a intervenção/exposição testada ou crianças ou gestantes que receberam doses diferentes àquela testada ou sem intervenção controle ou placebo. Os desfechos primários incluíram a incidência de PC. E os desfechos secundários foram aqueles relacionados ao desenvolvimento neurológico, desenvolvimento motor e cognitivo, além de desfechos relacionados ao crescimento e desenvolvimento. Os tipos de estudos incluídos foram ensaios clínicos controlados ou estudos de Coorte. A identificação dos estudos foi realizada nas bases de dados Medline, Embase, Cochrane Library, incluindo Cochrane Controlled Trials Register, Scopus e Web of Science, incluindo estudos publicados até 19 de abril de 2021. As listas de referências dos ensaios clínicos relevantes e revisões também foram consultadas. A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi avaliada utilizando as ferramentas propostas pelo Instituto Joanna Briggs (Critical Appraisal tools for use in JBI Systematic Reviews – Checklist for Randomized Controlled Trials and Checklist for Cohort Studies). Cinco estudos, provenientes de sete publicações, foram incluídos nesta revisão: um ensaio clínico randomizado controlado por placebo (n =2006), um estudo de coorte prospectivo (n= 95.200) e cinco estudos de coorte retrospectivos publicados entre 2007 e 2019 e realizados na Austrália, Canadá e Noruega. As médias das semanas gestacionais no nascimento variaram de 25 a 28 semanas e os pesos ao nascer de 850g a 1010g. Um estudo não utilizou uma intervenção com cafeína, e avaliou o consumo de cafeína através de alimentos/bebidas fontes. Cinco estudos relataram efeito favorável da cafeína sobre o desfecho primário (incidência de PC). Em relação a segurança da intervenção o resultado ainda é inconclusivo pois os estudos não avaliaram os efeitos adversos, somente o ensaio clínico. Entre as limitações encontradas podemos relatar o número reduzido de estudos, a falta de uniformidade entre os estudos, e a heterogeneidade metodológica. Nesse sentido torna-se necessário cautela pois ainda não é possível chegar a uma conclusão sobre a segurança da intervenção. O efeito favorável pode existir, no entanto, ainda não pode ser confirmado devido à baixa força da evidência sobre o efeito da cafeína na PC. |