Diversidade, variação altitudinal e fatores ambientais que influenciam a distribuição da malacofauna terrestre em cinco localidades da Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Nunes, Gleisse Kelly Meneses
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4923
Resumo: Moluscos terrestres constituem um grupo animal que é um dos mais ameaçados em várias partes do mundo, principalmente porque seus habitats estão rapidamente sendo reduzidos, como reflexo da ocupação e exploração humana; contudo, em regiões de elevada riqueza como a Mata Atlântica, não sabemos quantas espécies de fato existem e tampouco como se estruturam suas comunidades. O objetivo desse trabalho foi verificar: 1) se existe diferença na riqueza, abundância e composição dos moluscos terrestres, ao longo do gradiente de altitude; 2) quais fatores do ambiente estão associados a diferenças na composição da malacofauna. As coletas ocorreram na Jararaca, no Pico do Papagaio, no Morro do Meio, na Pedra d'Água e na Parnaioca, todas na Ilha Grande (23°05'- 23°15' S; 44°06'- 44°23' O), RJ, importante remanescente de Mata Atlântica. Em cada uma destas localidades, estabelecemos sete áreas de coleta com distância altitudinal de aproximadamente 100 metros. Em cada área efetuamos a coleta direta durante 2 horas e, dez pontos de coleta de serapilheira, utilizando um quadrat de 25 x 75 cm, onde variáveis ambientais também foram medidas. Para cada localidade, utilizamos os dados de riqueza e abundância dos animais para calcular o índice de dissimilaridade de Bray-Curtis, e com estes dados, realizamos uma análise de grupamento para verificar a existência de grupos com identidade biológica. Estes grupos foram submetidos à análise discriminante para verificar se algum fator do ambiente foi responsável pelo agrupamento. No total foram coletados 2259 indivíduos, distribuídos em 41 espécies, 28 gêneros e 12 famílias. Entre as espécies coletadas, 17 espécies (41,5%) ocorreram em todas as localidades estudadas. Sete (17,1%) espécies foram coletadas em uma única localidade, cinco (12,2%) espécies foram coletadas em duas localidades. A Jararaca apresentou maior abundância (526), e a Pedra d'Água a menor abundância (306). Parnaioca e o Morro do Meio apresentaram a maior riqueza, 30 espécies cada, e a Pedra d'Água apresentou a menor riqueza, 27 espécies. Os micromoluscos corresponderam a 20 espécies (48,8%) e 1694 indivíduos (75%). A família Scolodontidae e a espécie Happiella sp. foram dominantes em todas as localidades, ocorrendo em todas as altitudes. Os gêneros Prohappia Thiele, 1927 e Guestieria Crosse, 1872, e as espécies Happiella insularis (Boettger, 1889), Bulimulus transparens (Reeve, 1849), Drymaeus succineus Pilsbry (1901) e Pseudoxychona polytricha (Ihering, 1912) são pela primeira vez citadas para a Ilha Grande. As distribuições das abundâncias relativas das espécies se enquadram no modelo log-normal. Em relação à distribuição da riqueza ao longo do gradiente de altitude, Morro do Meio e Pedra d'Água não apresentaram tendência gráfica similar às encontradas na literatura, ou seja, pico de riqueza em altitudes intermediárias. Comparando as análises discriminantes de todas as localidades, os fatores ambientais mais importantes na diferenciação biológica foram temperatura do ambiente e do solo, umidade relativa do ar, luminosidade e profundidade da serapilheira.