Gigante pela própria natureza? A formação discursiva de um currículo-nação para a alfabetização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Afonso, Nataly da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17263
Resumo: Repetido na nomeação de diversas políticas curriculares, o significante nacional se apresenta como estratégia discursiva no âmbito educacional. Neste contexto, a presente pesquisa tem como objetivo problematizar a ideia de nação e sua mobilização nas políticas curriculares nacionais de alfabetização no período 2012-2019. Busco, portanto, operar em uma postura desconstrutiva, com base em aportes pós-estruturais (DERRIDA, 1973; LOPES; MACEDO, 2011), visando ampliar as possibilidades de significação e colocar em suspenso as significações em torno do nacional nas políticas curriculares. Compreendo o currículo como uma conversa complicada (PINAR, 2016), permeado por uma série de significantes e discursos que não são fixos e não podem ser capturados. Ao perceber a complexidade do currículo, questiono como a ideia de nação, que se encontra na nomenclatura e nos discursos das políticas, visa mobilizar sentidos para produção curricular. Neste sentido, dialogo com diferentes pensamentos em torno da nação, que me permitem compreender a nação como uma narração (BHABHA, 2013). Ao realizar a leitura das políticas, compreendo que há diferentes movimentos discursivos e reformas político-educacionais que fazem uso da nação enquanto marco regulatório, ao pleitear a necessidade de uma educação nacional com matriz curricular única. Nomeio tais políticas enquanto Currículo-Nação, por compreender que se desdobram em uma perspectiva nacionalista, em prol de um currículo único para o país. Assim, questiono como as recentes políticas curriculares nacionais de alfabetização mobilizam e produzem um sentido de nação e como esse sentido opera na tentativa fixação de um Currículo-Nação. Defendo que a nação é uma experiência (im)possível, que se constitui em uma dupla temporalidade. A produção curricular, neste contexto, se dá em constante movimento, sendo produzida em diferentes espaços-tempos e por diversos atores sociais. Portanto, a ideia de unicidade pretendida via mobilização de um Currículo-Nação é uma experiência do impossível.