Narrativas de resistência: mulheres negras e cotas raciais na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19731 |
Resumo: | A política de cotas no ensino superior é um mecanismo de ação afirmativa em que são reservadas vagas para grupos subalternizados, como para pessoas negras. A UERJ é reconhecida pelo seu pioneirismo na implementação das cotas, tendo o primeiro vestibular com reserva de vagas em 2003. Desde então, políticas de permanência foram elaboradas, pois não basta garantir o acesso ao ensino superior, as/os cotistas devem poder permanecer e concluir a graduação. Para isso, a instituição deve entender e ouvir as/estudantes cotistas. Esse trabalho realizou uma pesquisaCOM, com a escuta das narrativas de resistência de mulheres negras, cotistas e periféricas. O objetivo é entender os impactos da política de cotas e como essa política é lida e vivenciada por estudantes do curso de pedagogia da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. Para isso, foram realizadas sete entrevistas - chamadas conversas - no ano de 2022 em que as sujeitas compartilharam narrativas sobre racismo na escola, trajetórias de vida antes de ingressar na universidade, vivência em pré-vestibular social, como é ser moradora de periferia, percepções antes e depois de ingressar na FEBF sobre as cotas, como é estudar em uma universidade na Baixada Fluminense, melhorias da política de cotas, permanência na graduação, vivência na FEBF, como foi cursar a graduação durante o ensino remoto na pandemia, entre outros assuntos. Para a abordagem teórico-metodológica foram pesquisadas preferencialmente autoras/es negras/os, sobretudo mulheres negras. Por conta do racismo genderizado vivenciado pelas sujeitas da pesquisa, as análises valeram-se da interseccionalidade como uma sensibilidade analítica, por conta do cruzamento entre raça, classe, território, experiência de ser cotista e gênero. Além disso, considerando que não há neutralidade na pesquisa, foi utilizada a análise de implicações e a branquitude enquanto dispositivo analítico. As intelectuais entrevistadas elaboraram sugestões para o aprimoramento da política de cotas, para melhoria da experiência enquanto alunas cotistas, compartilharam desafios que vivenciaram e que, em algumas situações, quase culminou na desistência do curso, e apontaram os fatores para a permanência na graduação. Com as narrativas ouvidas, foi possível perceber que a permanência vai além do auxílio financeiro, há uma política de permanência que não é apenas lei; ela está relacionada com as relações interpessoais e com a comunidade da FEBF, com o sentimento de pertencimento ao território e à universidade, bem como com a afetividade. A FEBF foi um local onde aconteceram processos de empoderamento, autoconhecimento, elevação da autoestima, reconhecimento e reafirmação da identidade negra, desconstrução de preconceitos e autopercepção positiva. Um dos problemas enfrentados pelas entrevistadas na FEBF foram os olhares estranhos de pessoas não cotistas e a falta de informação sobre cotas e auxílios. |