Distribuição espacial da dengue e sua coerência geográfica no município do Rio de Janeiro nos anos 2000 a 2019
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18711 |
Resumo: | A dengue é um grande problema de saúde pública no município do Rio de Janeiro desde a sua reintrodução no Brasil na década de 1980 e vários fatores têm sido apontados como adequados para a persistência da doença no município, como o clima quente e úmido, a vulnerabilidade social em grande parte do território com deficiência na oferta e no acesso da população aos bens e serviços essenciais, criando condições propícias ao desenvolvimento e manutenção do ciclo do vetor Aedes aegypti. Além disso, a ampla difusão do vetor por todo o município e a co- circulação de vários sorotipos do vírus (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN 4) dificulta o seu controle. De acordo com o levantamento de índice rápido para o Aedes aegypti (LIRAa) de agosto de 2019, o Rio de Janeiro foi um dos municípios do estado do Rio de Janeiro que apresentou regiões classificadas no estrato de risco, refletindo a fragilidade de controle do vetor no município. Neste contexto, torna-se relevante a utilização de ferramentas de análise espacial e temporal, para compreender a dinâmica da dengue no munícipio do Rio de Janeiro durante os 20 anos de estudo. Para isso, foi realizado um estudo ecológico com base em dados secundários de notificação de dengue no período de 2000 a 2019, onde, inicialmente foi descrito o movimento da trajetória geográfica da doença durante o período de estudo, por meses e por bairros, além de caracterizar áreas de alto e baixo risco para dengue. Foram calculadas taxas de incidência suavizadas pelo método Bayes empírico local e indicadores locais de autocorrelação espacial para os anos estudados. A localização dos centróides dos bairros e as taxas de incidência suavizadas foram utilizadas para traçar a trajetória mensal e anual do centro geográfico de ocorrência da dengue. Posteriormente foi realizado uma análise da coerência geográfica utilizando análise de wavelet a fim de compreender a propagação da doença no município ao longo do tempo em suas Regiões Administrativas. Analisamos as taxas de incidência mensais da dengue no período de 2000 a 2019 no município do Rio de Janeiro para entender o comportamento entre as séries temporais de diferentes áreas e identificar possíveis relações entre elas. Foi realizada análise do espectro de potência para as séries temporais de cada Região Administrativa, que permite verificar a periodicidade das séries, seu sinal predominante e a potência média. Também foi realizada análise de fase de cada Região Administrativa e extração de fase dos anos epidêmicos no período anual. Os resultados sugerem que a dengue ocorre de forma heterogênea na cidade do Rio de Janeiro, com aglomerados de alta incidência migrando para a Zona Oeste da cidade ao longo das duas décadas analisadas. Quanto à coerência da dengue os resultados sugeriram periodicidade predominantemente anual entre as regiões e com grandes picos de 3, 4 e 5 anos, com diferenças entre regiões e a maioria das séries se moveram juntas ao longo dos anos. Nossos achados sugerem que nos anos epidêmicos algumas Regiões Administrativas da Zona Norte e Zona Oeste estiveram aproximadamente 2 meses a 1 mês à frente das outras regiões. Essa defasagem pode ser um potencial para o controle nas áreas que tiveram atraso, considerando esse tempo para o planejamento da assistência, vigilância e ações de controle. A trajetória da dengue e a variação de sua distribuição espacial ao longo do tempo revelam um complexo sistema de ocorrência, potencialmente dependente da interação entre os níveis de imunidade adquiridos pela população e modificações em fatores socioambientais e demográficos. Análises que incorporam dimensões espaciais e temporais podem ser úteis para informar estratégias de controle mais intensivas, integradas e direcionadas a regiões específicas. |