Eles dançam na noite: narrativas de masculinidade no corpo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Melo Junior, Marcos William de Barros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22136
Resumo: O corpo, enquanto matéria viva disciplinada resultante de um processo civilizador, carrega significados possíveis de serem lidos por outros agentes sociais; tornando-se meio de comunicação da cultura na qual está inserido. Neste trabalho investigamos como gogoboys articulam elementos do imaginário sobre a masculinidade hegemônica traduzindo-os em performances corporais apresentadas em boates da cidade do Rio de Janeiro. Entender como a masculinidade se apresenta na relação de troca de significados estabelecida no jogo do erotismo é compreender como se decodifica em atitudes, gestos e coreografias o imaginário sobre um masculino desejável/desejante. Apoiados nos referenciais teóricos sobre estudos do Corpo, Comunicação e Imaginários (Siqueira, 2006 e 2011; Le Breton, 2007; Durand, 2012), Gênero e Masculinidades (Connell, 2005; Vigarello, 2013; Oliveira, 2004), Erotismo e Poder (Bourdieu, 2002; Bataille, 1987; Foucault, 1988), percebemos o estudo do masculino erótico emergir como um ponto de relevância para o esclarecimento da dinâmica dos imaginários e afetos que colaboram para a conformação de estruturas sociais de gênero. Metodologicamente, realizamos uma série de entrevistas em profundidade com os gogoboys e, a partir das proposições de Ricoeur (1976, 1994) e Matheus (2017), analisamos o arco hermenêutico desenvolvido nas narrativas de si presentes nos depoimentos, identificando elementos formatadores do imaginário sobre o gênero. As análises revelaram que o discurso sobre a honra como elemento da masculinidade atravessa as práticas performáticas do jogo erótico proposto, gerando conflito entre os elementos do imaginário e afetos. As vivências colocam em relação direta os regimes diurno e noturno, conforme descrito por Gilbert Durand (1993).Identificamos nas narrativas dos entrevistados o trabalho como elemento do imaginário capaz de apaziguar as contradições em suas histórias e performances, posicionando sentidos de queda ou rebaixamento em uma lógica de preparação ou ordálio enfrentado pelo herói prometido para seu engrandecimento (ficar cheio de mulher e/ou viver da arte). Assim, percebemos que relações de subalternidade e cumplicidade em relação à masculinidade hegemônica continuam presentes em ambientes e práticas que despontam no imaginário como desviantes ou diversos, através da negociação do valor do trabalho e do prazer.