Dos medos às midiatizações: corpos, afetos e imaginários em narrativas de mulheres com câncer
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21970 |
Resumo: | O presente estudo tem como objetivo investigar como a produção de narrativas midiatizadas de mulheres, sobre a experiência do câncer, contribui para a produção de um imaginário mítico, trágico e heroico da doença, no qual a mulher é frequentemente representada como guerreira. Procuramos compreender de que forma a midiatização de narrativas de câncer afeta a vida e o sentimento de si de mulheres e como elas se sentem em relação à imagem de "guerreiras". No percurso da pesquisa, analisamos as narrativas de câncer produzidas por Star Soares, Patrícia Figueiredo e Carolina Sanovicz, a partir de postagens e comentários de seus perfis nas redes sociais Instagram, YouTube e Facebook. Também utilizamos dados obtidos a partir de pesquisa em material jornalístico, literatura de autoajuda e entrevistas semiestruturadas com mulheres em tratamento de câncer há pelo menos seis meses, no Rio de Janeiro. Empregamos o método hermenêutico-interpretativo, com investigação qualitativa e análise pragmática da narrativa. Partimos de uma perspectiva socioantropológica, que compreende os atores sociais em relação uns com os outros. Adotamos como referenciais teóricos a sociologia compreensiva, o interacionismo simbólico e a antropologia do corpo e das emoções. No decorrer da pesquisa, foi realizado trabalho de campo com observação participante nas redes sociais e em hospitais do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Esta etapa contou com a aprovação dos Comitês de Ética do Inca e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Em 2020, foi realizado estágio doutoral na Universidade de Estrasburgo, sob supervisão de David Le Breton e com bolsa fornecida pelo Programa Capes-Print, do PPGCOM/UERJ. Concluímos que, frente ao desejo de ajustar-se ao presente eterno e de dizer sim à vida, a experiência midiatizada do câncer contribui para o triunfo do vitalismo que, na perspectiva de Maffesoli, é causa e efeito do “mundo-com”. No imaginário das redes cibernéticas, nas quais se está permanentemente conectado, as irmanações e solidariedades promovem a dissolução do eu no outro, diminuindo o peso de ser a si mesma ou, em alguns casos, uma “guerreira” solitária. A partir de uma perspectiva trágica e destinal, as narrativas do eu depuram as emoções, ao mesmo tempo em que redimem o corpo, a doença e a morte. Na atração apaixonada das comunidades de destino, o câncer é mediador do fazer-com, dos heroísmos cotidianos e de comunhões emocionais. |