Brasileiros em Nova York: uma etnografia revisitada (1994-2014)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Panosso, Marina Tomassini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15507
Resumo: Este trabalho se refere a uma revisita etnográfica realizada no campo previamente estudado por Maxine Margolis, antropóloga americana que conduziu uma pesquisa pioneira sobre brasileiros em Nova York na década de 1990. Foram realizadas sessenta entrevistas com brasileiros num período de quatro meses em quatro nas regiões da área metropolitana de Nova York em 2013. A pesquisa teve como objetivo analisar as principais permanências e mudanças na vida dos brasileiros, na estruturação das redes e na própria experiência migrante, partindo da hipótese de que acontecimentos como os ataques de 11 de setembro, a crise financeira internacional e o crescimento econômico brasileiro afetaram direta e indiretamente esta população. Essas transformações, no entanto, não deixam de estar inseridas também no próprio contexto de transitoriedade e instabilidade do tempo presente, marcados pelo processo emancipatório de individualização e pelo paradoxo atual da mobilidade que se define por fronteiras fechadas x fluidas, ou seja, entre políticas migratórias cada vez mais restritivas, de um lado, e um intenso fluxo de capital, dinheiro, bens, serviços, pessoas, informação, tecnologias, políticas, ideias, imagens e regulações que transcendem o Estado-nação e dissolvem suas fronteiras, de outro. O trabalho parte inicialmente de três autores principais: Maxine Margolis, como base etnográfica de análise comparativa através da revisita; o sociólogo argelino Abdelmalek Sayad, através de suas clássicas contribuições sobre os paradoxos intrínsecos à experiência migrante; e o sociólogo britânico Michael Burawoy, a partir da incorporação de forças externas e contexto histórico como elementos essenciais de análise. Os capítulos foram compostos de forma que a macrossociologia do sistema fosse complementada por uma micro-análise do mundo da vida. Inicialmente, são tratados pontos que nos ajudam a compreender quem são esses brasileiros, onde estão, porque partem e como ocorrem os processos de adaptação e integração à sociedade americana. Em seguida, são abordados o tema do retorno, segunda geração e, finalmente, os paradoxos da migração contidos na tensão entre territorialidade, globalização e tecnologia. Através desse percurso, podemos verificar determinados padrões que nos permitem apontar tendências da migração brasileira e analisar o fenômeno migratório contemporâneo no sentido mais amplo.