Imagem corporal e suas representações sociais: um estudo com adolescentes do município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Passos, Michelle Delboni dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7299
Resumo: Atualmente a sociedade ocidental confere à aparência estética alta relevância associando-a à saúde, felicidade, sucesso e poder. Porém, dada a impossibilidade de todos se adequarem a um único padrão, é recorrente a distorção da imagem corporal. Em razão destas insatisfações, o sujeito procura dietas restritivas, atividade física e faz uso de práticas nocivas (vômito, uso de laxantes, fórmulas ou chás) a fim de se adequar ao padrão socialmente construído. Nosso objetivo é conhecer e compreender as representações sociais (RS) em torno do corpo, de adolescentes do nono ano do ensino fundamental do Rio de Janeiro. Realizamos sete grupos focais e doze entrevistas semi-estruturadas com adolescentes de escolas públicas municipais e privadas, dos bairros da cidade do Rio de Janeiro com menor e maior Índice de Desenvolvimento Social. Além disso, ao final dos grupos focais aplicamos um questionário a fim de caracterizar o contexto socioeconômico em que os sujeitos do estudo viviam e de algumas práticas cotidianas referentes à alimentação e ao seu corpo. Utilizamos para a interpretação das RS a abordagem estrutural, com o auxílio do programa EVOC, e a análise das práticas de discurso. Os adolescentes relacionaram o corpo às suas diversas partes (pernas, barriga, braços), à beleza, saúde, sabedoria, sensualidade e sucesso em arrumar emprego. O padrão estético considerado belo por elas está no corpo magro, porém com curvas (cintura fina, pernas torneadas, nádegas e seios grandes). Na maior parte dos grupos focais, a magreza como padrão de beleza foi contrário ao estereótipo esquelético das modelos, que foi associado aos transtornos alimentares. Para os homens a RS do corpo belo está no corpo musculoso. Quando se tratou do sexo oposto, os homens valorizaram partes do corpo feminino (nádegas e seios). Já a RS das mulheres sobre a beleza do corpo masculino esteve no corpo musculoso e em alguns aspectos relacionados à higiene, à personalidade (gentileza, simpatia) e a forma de se vestir. Independente das condições socioeconômicas, a RS destes adolescentes sobre o corpo incorpora o padrão estético divulgado pela mídia, onde o que traz prestígio é o corpo magro . Embora exista uma pluralidade de corpos, no contexto estudado ela não foi considerada já que há uma ditadura da beleza que discrimina aqueles que não estão dentro destes padrões. Isso pode ter estimulado alguns jovens a fazerem uso de chás emagrecedores, laxantes ou induzirem o vômito com o objetivo de perder peso. A questão que se coloca não é o fato de existir apenas um padrão e sim a forma com que os jovens lidam com esta pressão e acabam por priorizar a beleza como capital simbólico